Shell: presidente executivo da empresa anunciou a investidores seu plano para recuperar a empresa. (Shaun Curry/AFP)
Da Redação
Publicado em 13 de março de 2014 às 17h57.
São Paulo - Dois meses depois de apresentar um dos piores trimestres de sua história, com queda nos lucros de mais de 5 bilhões de dólares no fim de 2013 em comparação ao fim de 2012, a Shell anunciou nesta quinta-feira seu plano para voltar aos eixos.
Em conversa com investidores, Ben Van Beurden, presidente executivo da Royal Dutch Shell, afirmou que, a partir de agora, a empresa irá investir apenas nas áreas estratégicas e que rendem mais, e retiraria o dinheiro dos outros campos.
Até o fim de 2014, serão investidos 65 bilhões de dólares, principalmente no petróleo bruto e na exploração em águas profundas, setor que vai bem na empresa. A companhia também ficará atenta a oportunidades de longo prazo, como na Nigéria, Iraque e Cazaquistão.
Por outro lado, o executivo prometeu reduzir em até 20% os gastos com operações dentro dos Estados Unidos, principalmente com as placas de xisto, que deram prejuízo em 2013 para a Upstream Americas, braço da Shell para exploração e extração de petróleo bruto e gás natural no continente.
Até o fim de 2015, a companhia também promete recuperar 15 bilhões de dólares em desinvestimentos, para aumentar o fluxo de caixa. Desse total, 4,5 bilhões de dólares em vendas já foram anunciados.
A Downstream, setor de produtos derivados de petróleo, será dividida em duas. As áreas de químicos, lubrificantes e biocombustíveis, que vão bem, serão uma só, enquanto que as áreas de refino e combustíveis, que passam por maus bocados, serão outra. A ideia é que, com a separação, os investimentos sejam melhor direcionados e aproveitados.
A Shell já vem tomando medidas para voltar aos trilhos. Em janeiro, vendeu sua parte da Chevron na Austrália por 1,1 bilhão de dólares. No mês seguinte, vendeu postos de gasolina e uma refinaria por 2,6 bilhões de dólares.
No Mar do Norte.está vendendo três plataformas de produção e desistiu das operações no Ártico, que sugaram mais de 5 bilhões de dólares da companhia, sem apresentar resultados.
“Estou confiante de que focando em nossas três prioridades – melhor performance financeira, maior eficiência de capital e forte entrega de projetos – nós continuaremos a aumentar nosso fluxo de caixa e melhorar nossos retornos”, disse Van Beurden.