São Paulo - A Copa do Mundo está chegando e Natal, capital do Rio Grande do Norte, receberá pelo menos quatro jogos do mundial. Mas e depois? O que será feito da Arena das Dunas?
A OAS gastou 423 milhões de reais no estádio e tem 20 anos de concessão para conseguir reaver o investimento. Para isso, vai precisar contar com mais que futebol, como outras empreiteiras no negócio.
De acordo com a Secopa do Rio Grande do Norte, a OAS foi contratada pelo estado para construir e administrar o estádio. A construtora pediu um empréstimo ao BNDES de 396,5 milhões de reais. O restante foi bancado pela própria empresa.
Como a OAS foi contratada por meio de uma parceria público-privada, durante o período de concessão, metade dos lucros fica com a administradora do estádio e o restante vai para o governo do RN.
O estádio foi inaugurado em janeiro deste ano. Desde então, já recebeu 20 jogos, que totalizaram uma média de público de 6.450 pessoas por jogo. O valor é bem abaixo da marca de 14.951 visitantes, a média dos jogos da série A do Campeonato Brasileiro de 2013.
A arena, que tem capacidade para 42.024 pessoas com as extensões temporárias exigidas pela Fifa, tem custo de manutenção anual que pode variar entre 10 e 14 milhões de reais, de acordo com a BDO Brazil.
Pelos cálculos da consultoria, a receita anual com jogos de futebol na Arena das Dunas corresponderá a apenas 32% do custo de manutenção ano a ano.
A conta foi feita com base no preço médio do ingresso da série A do Campeonato Brasileiro de 2013 e, por isso, ela pode ser considerada otimista. Os dois principais times do Rio Grande do Norte, o América RN e o ABC FC, disputam a série B.
Espaço multiuso
Para os 68% restantes dos custos anuais e a recuperação dos investimentos iniciais, a OAS tem outros planos de arrecadação.
Além de alugar o local para shows, a arena possui espaços para eventos, como festas e convenções, e que podem abrigar de 40 a 200 mil pessoas. A administradora também cogita reformar os bares que foram postos lá temporariamente e torná-los permanentes.
Há até um espaço projetado para abrigar uma academia, que pode ser utilizado caso a construtora ache pertinente.
Os boatos de que o local se transformaria em um grande shopping center, porém, foram negados. De acordo com a companhia, não se descarta haver um espaço para compras, mas este não será o foco da arena.
A OAS, aliás, se diz otimista com seus investimentos. “O nosso estádio é uma arena multiuso e não é planejada somente para o esporte. É importante pontuar que a agenda para este ano já está recheada até o fim de 2014”, diz a empresa.
A empreiteira do empresário Matas Filho foi a maior vencedora das licitações para as obras da Copa do Mundo de 2014 e das Olimpíadas de 2016, segundo a Forbes, o que o tornou bilionário.
*Matéria atualizada dia 30 de maio de 2014, sexta-feira, às 10:14.
-
1. Partidas caras
zoom_out_map
1/13 (Glauber Queiroz/Portal da Copa/ME)
São Paulo - Embora a construção ou a reforma de estádios para a
Copa do Mundo seja encarada como um dos legados que o Mundial deixará para o país, é inegável que as 12 arenas só estão prontas (ou quase) agora por causa do grande evento de junho. Não fosse isso, sabe-se lá quando o Brasil teria
estádios modernos - cujos projetos foram feitos, aliás, de forma a atender ao padrão Fifa, que determina, entre outras coisas, o tamanho mínimo daqueles que podem ser palco de jogos especiais, como a abertura e a final.
A partir destas considerações, EXAME.com levantou o custo das obras e dividiu pelo número total de jogos que cada estádio vai receber daqui a cerca de três meses. Chega-se, assim, às partidas mais caras da Copa. Sob esta perspectiva, cada jogo no Mané Garrincha, em
Brasília, sairá por R 200 milhões.
É preciso considerar que esta conta por jogo não inclui nenhum outro gasto além dos colocados diretamente nos estádios. Somados, o custo de todos eles ultrapassou R$ 8 bilhões, mas nem tudo é verba pública. Especialistas temem que alguns dos estádios se tornem elefantes brancos após a Copa, principalmente em lugares sem tradição futebolística. O governo defende, porém, que eles são agora arenas multiuso e que serão economicamente viáveis ao receber, além de jogos de
futebol, shows e eventos. O Mané Garrincha, por exemplo, já recebeu 5 eventos (3 shows internacionais entre eles) desde que foi inaugurado em maio de 2013 (além das partidas de futebol).
Atualizado dia 11/3, às 11h45
-
2. 1º Mané Garrincha (Brasília) - R$ 200 milhões por jogo
zoom_out_map
2/13 (Dean Mouhtaropoulos/Getty Images)
Custo do estádio: R$ 1,4 bilhão Número de jogos: 7 (incluindo um nas oitavas, semi final e disputa pelo 3º lugar) Jogos da 1ª fase: Suíça x Equador, Colômbia x Costa do Marfim, Camarões x Brasil, Portugal x Gana.
-
3. 2º Maracanã (Rio de Janeiro) - R$ 170 milhões por jogo
zoom_out_map
3/13 (Tânia Rego/ABr)
Custo do estádio: R$ 1,19 bilhão Número de jogos: 7 jogos (incluindo um nas oitavas, semi-final e a grande final) Jogos da 1ª fase: Argentina x Bósnia e Herzegovina, Espanha x Chile, Bélgica x Rússia, Equador x França
-
4. 3º Arena da Amazônia (Manaus) - R$ 167,3 milhões por jogo
zoom_out_map
4/13 (REUTERS/Bruno Kelly)
Custo do estádio: R$ 669,5 milhões Número de jogos: 4 (todos na primeira fase) Jogos da 1ª fase: Inglaterra x Itália, Camarões x Croácia, EUA x Portugal, Honduras x Suiça
-
5. 4º Arena Pantanal (Cuiabá) - R$ 142,5 milhões
zoom_out_map
5/13 (REUTERS/Stringer)
Custo do estádio: R$ 570 milhões Número de jogos: 4 (todos na primeira fase) Jogos da 1ª fase: Chile x Austrália, Rússia x Coréia do Sul, Nigéria x Bósnia e Herzegovina, Japão x Colômbia.
-
6. 5º Arena Corinthians (São Paulo) - R$ 136,6 milhões por jogo
zoom_out_map
6/13 (Divulgação/ Odebrecht)
Custo do estádio: R$ 820 milhões Número de jogos: 6 (incluindo um nas oitavas e uma semi-final) Jogos da 1ª fase: Brasil x Croácia, Uruguai x Inglaterra, Holanda x Chile, Coréia do Sul x Bélgica
-
7. 7º Arena Pernambuco (Recife) - R$ 106,5 milhões por jogo
zoom_out_map
7/13 (REUTERS/Ricardo Moraes)
Custo do estádio: 532,6 milhões Número de jogos: 5 (incluindo uma oitava de final) Jogos da 1ª fase: Costa do Marfim x Japão, Itália x Costa Rica, Croácia x México, EUA x Alemanha.
-
8. 8º Arena das Dunas (Natal) - R$ 100 milhões por jogo
zoom_out_map
8/13 (Portal da Copa)
Custo do estádio: R$ 400 milhões Número de jogos: 4 (todos na primeira fase) Jogos da 1ª fase: México x Camarões, Gana x EUA, Japão x Grécia, Itália x Uruguai
-
9. 9º Arena Fonte Nova (Salvador) - R$ 98,6 milhões por jogo
zoom_out_map
9/13 (Governo Federal/Portal da Copa)
Custo do estádio: R$ 591,7 milhões Número de jogos: 6 (incluindo um nas oitavas e um nas quartas-de-final) Jogos da 1ª fase: Espanha x Holanda, Alemanha x Portugal, Suiça x França, Bósnia e Herzegovina x Irã
-
10. 10º Arena Castelão (Fortaleza) - R$ 96,4 milhões por jogo
zoom_out_map
10/13 (Danilo Borges/Portal da Copa)
Custo do estádio: R$ 518,6 milhões Número de jogos: 6 (incluindo um nas oitavas e um nas quartas-de-final) Jogos da 1ª fase: Uruguai x Costa Rica, Brasil x México, Alemanha x Gana, Grécia x Costa do Marfim.
-
11. 11º Arena da Baixada (Curitiba) - R$ 82,5 milhões por jogo
zoom_out_map
11/13 (Divulgação/ CAP)
Custo do estádio: R$ 330 milhões Número de jogos: 4 (todos na primeira fase) Jogos da 1ª fase: Irã x Nigéria, Honduras x Equador, Austrália x Espanha, Argélia x Rússia.
-
12. 12º Beira-Rio (Porto Alegre) - R$ 66 milhões por jogo
zoom_out_map
12/13 (Evandro Oliveira/PMPA)
Custo do estádio: R$ 330 milhões Número de jogos: 5 (incluindo um das oitavas de final) Jogos da 1ª fase: França x Honduras, Austrália x Holanda, Coréia do Sul x Argélia, Nigéria x Argentina
-
13. Veja agora quais são os estádios da Copa que mais utilizaram recursos públicos
zoom_out_map
13/13 (Divulgação/ Consórcio Maracanã 2014)