João Adibe Marques, CEO da Cimed: "Estamos orgulhosos em ter ao nosso lado um parceiro estratégico com a conexão global" (Leandro Fonseca/Exame)
Repórter de Negócios
Publicado em 17 de março de 2025 às 13h33.
Última atualização em 17 de março de 2025 às 17h45.
A farmacêutica Cimed anunciou nesta segunda-feira, 17, a entrada do fundo soberano de Singapura GIC como novo sócio minoritário. A transação, cujo valor não foi divulgado, visa fortalecer a companhia em sua jornada de crescimento. A família Marques, fundadora da Cimed, segue no controle total da empresa.
Em comunicado, o CEO João Adibe Marques ressaltou que a parceria com o GIC trará uma conexão global importante para a expansão da companhia. “Estamos orgulhosos em ter ao nosso lado um parceiro estratégico com a conexão global do GIC para acelerar a nossa jornada de crescimento”, afirmou o executivo.O GIC tem um portfólio global estimado em US$ 769 bilhões. A companhia abriu um escritório por aqui em 2014 e tem participações em empresas de diversos setores. Entre elas, Nubank, Rede D'or, QI Tech e Eletrobras.
A assessoria jurídica nesse processo ficou a cargo dos escritórios J.P. Morgan e Spinelli Advogados.
A Cimed está com grandes planos para o futuro. A farmacêutica almeja dobrar de tamanho até 2030, e para isso, além da entrada do GIC, a empresa já iniciou uma emissão de debêntures e traçou um plano agressivo de expansão.
No ano passado, a farmacêutica realizou sua terceira emissão de debêntures, captando 600 milhões de reais. A estratégia de expansão inclui o lançamento de novos produtos, fortalecimento de suas “supermarcas” e um aumento significativo na capacidade produtiva.
Marcas como Lavitan, Carmed, Melimetric e João e Maria devem responder por 4,5 bilhões de reais do faturamento projetado. As divisões de medicamentos genéricos e marcas funcionais também terão papéis importantes, com uma projeção de faturamento de 2,6 bilhões e 2,9 bilhões de reais, respectivamente.
Um dos principais desafios enfrentados pela Cimed é sua capacidade produtiva. Segundo João Adibe, no ano passado a companhia deixou de faturar 500 milhões de reais por não conseguir atender a toda a demanda.
Para contornar essa questão, a farmacêutica anunciou a expansão de sua unidade em Minas Gerais, que dobrará sua capacidade, além da construção de uma nova fábrica no Nordeste até 2026, focada em produtos de higiene e beleza. A expectativa é atingir a marca de 1 bilhão de unidades produzidas por ano até 2030.
A maior aposta está na expansão do centro logístico em Minas Gerais, que terá 40.000 metros quadrados e capacidade para armazenar mais de 40.000 posições de pallets. Além disso, a Cimed está construindo quatro novos centros de distribuição, sendo que o primeiro, em Brasília, já está quase pronto.
Outros centros serão inaugurados no interior de São Paulo e em mais duas localidades estratégicas ainda não divulgadas. Segundo João Adibe, essa ampliação será crucial para manter a eficiência operacional da empresa e garantir que ela suporte o crescimento acelerado dos próximos anos.
Com essas movimentações, a Cimed reforça sua estratégia de se consolidar como um dos principais players no mercado de saúde e bem-estar do Brasil, apostando em inovação, capacidade produtiva e um robusto sistema logístico para enfrentar os desafios do futuro.