Negócios

Os desafios que esperam a Hypermarcas no setor de biomedicamentos

Companhia anunciou formação de parceria para desbravar o mercado de medicamentos biotecnológicos

Hypermarcas: desafios em um novo mercado do setor farmacêutico (Germano Luders)

Hypermarcas: desafios em um novo mercado do setor farmacêutico (Germano Luders)

Daniela Barbosa

Daniela Barbosa

Publicado em 23 de março de 2012 às 12h32.

São Paulo – A Hypermarcas anunciou, nesta sexta-feira, uma joint-venture com os laboratórios Aché, EMS e União Química para a formação do Bionovis - laboratório que vai desenvolver medicamentos biotecnológicos no país.

Embora a parceria tenha sido bem recebida pelo mercado e considerada positiva na avaliação inicial de alguns analistas consultados por EXAME.com, até mesmo pelos nomes de peso que compõem a sociedade, há desafios a serem superados. O primeiro deles é desbravar um segmento totalmente de fronteira no setor farmacêutico.

“Trata-se de um segmento do setor farmacêutico pouco desenvolvido no país, com escassa mão-de-obra qualificada e quase nenhuma pesquisa nesse sentindo. Por mais que haja incentivos para o desenvolvimento desse novo negócio, não existe nenhuma vantagem competitiva com empresas já qualificadas  nesse mercado”, afirmou Iago Whately, analista do Banco Fator.

Segundo ele, ainda é muito cedo para fazer uma análise de quanto esse novo negócio possa representar nos resultados financeiros da Hypermarcas. Hoje, o segmento de fármacos representa cerca de 50% dos negócios da companhia e a outra metade vem da área de consumo.

A Hypermarcas sempre deixou claro o interesse de atuar de maneira mais maciça no segmento farmacêutico. A parceria, na opinião de Cauê Pinheiro, analista da SWL corretora, corrobora a intenção da companhia. “De uma maneira geral, é uma estratégia positiva e a oportunidade que a Hypermarcas tem de atuar em um novo segmento de mercado”, disse.

Mercado em desenvolvimento

Os medicamentos biotecnológicos são desenvolvidos com produtos de origem biológica, como organismos vivos. Trata-se de um mercado atrativo, principalmente, porque os medicamentos são desenvolvidos para o tratamento de doenças raras, como alguns tipos de câncer.

Boa parte desses medicamentos utilizados no Brasil é importada e há o interesse do governo de apoiar iniciativas neste mercado. Segundo dados do Ministério da Saúde, os biotecnológicos representam 1% de todas as doses que o país compra, mas respondem por 34% do orçamento.

No final do ano passado, o ministro da Saúde, Alexandre Padilha, anunciou a construção de um novo parque tecnológico da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), com investimentos de 800 milhões de reais, para ampliar a produção de vacinas e dar início à produção de medicamentos biotecnológicos no país.

A Bionovis vai receber investimentos de 500 milhões de reais nos próximos cinco anos e tem como principal objetivo a pesquisa, desenvolvimento, produção, distribuição e comercialização de produtos biotecnológicos. A Hypermarcas terá participação de 25% nesse novo negócio.

Acompanhe tudo sobre:Achéacordos-empresariaisEmpresasEmpresas abertasEmpresas brasileirasEMSHypera Pharma (Hypermarcas)IndústriaIndústria farmacêuticaJoint-venturesParcerias empresariais

Mais de Negócios

As 15 cidades com mais bilionários no mundo — e uma delas é brasileira

A força do afroempreendedorismo

Mitsubishi Cup celebra 25 anos fazendo do rally um estilo de vida

Toyota investe R$ 160 milhões em novo centro de distribuição logístico e amplia operação