Boeing e Embraer: A empresa precisa ser capaz de segregar a unidade de negócios de aviação comercial de acordo com o tempo e os custos (Germano Luders/Exame)
Estadão Conteúdo
Publicado em 30 de março de 2019 às 15h07.
São Paulo — A Embraer afirmou que enfrenta desafios inerentes à divisão dos negócios na implementação da parceria estratégica com a Boeing.
Tais desafios, segundo informou a empresa no formulário 20-F arquivado na Securities and Exchange Commission (SEC, a comissão de valores mobiliários dos EUA), incluem operações e forças de trabalho da aviação comercial e de outras empresas, além de potenciais dificuldades não previstas na segregação de operações e sistemas e os custos relacionados a isso.
"A segregação do negócio de aviação comercial de nossos outros os negócios e a contribuição dos ativos e passivos relevantes para à joint venture da Aviação Comercial são complexos, dispendiosos e demorados, e podem desviar o foco e os recursos de nossa administração de nossas operações cotidianas", disse a empresa no documento.
As dificuldades de segregar o negócio de aviação comercial de outros incluem, segundo a Embraer: dificuldades em segregar as operações e sistemas do negócio da aviação comercial, incluindo propriedade intelectual e ativos de tecnologia da informação; desafios na obtenção das licenças necessárias e autorizações governamentais e de terceiros, consentimentos ou aprovações; custos imprevistos; dificuldades em segregar e reter pessoal chave; desafios em manter clientes e fornecedores existentes; e déficits de desempenho como resultado do desvio da atenção da gerência.
"Se não formos capazes de segregar nossa unidade de negócios de aviação comercial de acordo com o tempo e os custos originalmente planejados, nossos negócios e operações, bem como o preço de negociação de nossas ações e ADSs podem sofrer um efeito adverso relevante", informou a Embraer.
De acordo com a companhia, os acordos operacionais na aviação comercial e a parceria para o KC-390 gerarão sinergias e outros benefícios, como escala, recursos e presença de mercado mais amplos, incluindo o acesso à oferta global da Boeing, vendas, marketing e cadeia de serviços, maior eficiência e competitividade de nossos produtos e serviços.
"No entanto, nossa capacidade de perceber os benefícios da transação dependerão, em grande medida, do sucesso, da tempestividade e implementação destas joint ventures e do desempenho dos Acordos Operacionais da joint venture da Aviação Comercial e do KC-390, de uma maneira que facilite as oportunidades de crescimento e alcance as economias de custos tendências de crescimento de receita identificadas por nós", relatou a Embraer.
Os fatores que podem afetar essa implementação incluem, segundo a companhia, a ocorrência de dificuldades operacionais imprevistas, especialmente considerando a relação mútua de dependência operacional que resultará da transação; divergências potenciais com a Boeing; dificuldades em alcançar sinergias antecipadas, oportunidades de negócios e perspectivas de crescimento da parceria estratégica; custos inesperados; desafios para sustentar as atividades que iremos conduzir de forma autônoma; perda potencial de funcionários-chave; alterações potenciais ou rescisão antecipada dos Acordos Operacionais da joint venture da Aviação Comercial; e percepção negativa dos mercados financeiros e agências de rating dos negócios e operações da Embraer pós-transação.
A Embraer diz que não pode garantir que a parceria estratégica com a Boeing, se consumada, será bem-sucedida e, portanto, trará todas as sinergias e benefícios previstos. "Se não formos capazes de realizar integralmente os benefícios previstos da Transação, ou se o valor da Transação for reduzido por qualquer motivo, nossos negócios, resultados operacionais e condição financeira, bem como o preço de negociação de nossas ações ordinárias e ADSs pode ser afetada material e adversamente".