Negócios

Os bilionários que ficaram mais ricos com a disputa eleitoral nos EUA

O patrimônio líquido de americanos no Índice Bloomberg subiu de US$ 1,8 trilhão na noite da eleição, em 2016, para mais de US$ 2,8 trilhões ao fim deste mês

Eleição nos EUA tornou bilionários ainda mais ricos (Tom Brenner/Reuters)

Eleição nos EUA tornou bilionários ainda mais ricos (Tom Brenner/Reuters)

JE

Juliana Estigarribia

Publicado em 5 de novembro de 2020 às 14h07.

Última atualização em 5 de novembro de 2020 às 18h10.

Apesar da incerteza em torno das eleições presidenciais nos Estados Unidos, os ultra-ricos do país já têm muito o que comemorar.

Bilionários do setor de tecnologia no Vale do Silício conseguiram uma vitória em uma contestada questão sobre a situação de emprego de trabalhadores autônomos, enquanto uma medida de Illinois para trocar o imposto de renda fixo do estado por um sistema graduado foi derrubada após Ken Griffin, do Citadel, gastar milhões contra a proposta.

No total, os 167 bilionários dos Estados Unidos também ganharam 57,4 bilhões de dólares na quarta-feira, 4, com a aposta de investidores em ações. Jeff Bezos, dono da Amazon, liderou com um ganho de 10,5 bilhões de dólares, enquanto Mark Zuckerberg, do Facebook, ficou 8,1 bilhões mais rico.

As vitórias coroam quatro anos de fortes ganhos para as pessoas mais ricas do país. Durante o mandato do presidente Donald Trump, os residentes mais ricos dos Estados Unidos aumentaram tanto o patrimônio quanto a escala graças à valorização dos mercados acionários e a uma série de cortes de impostos.

O patrimônio líquido de americanos no Índice de Bilionários Bloomberg subiu de menos de 1,8 trilhão na noite da eleição, em 2016, para mais de 2,8 trilhões de dólares no final de outubro.

A grande vitória do setor de tecnologia foi a aprovação da proposição 22 na Califórnia, uma medida para isentar a Uber Technologies, Lyft e DoorDash de uma lei estadual que exige a classificação da maioria de seus prestadores de serviços como funcionários com benefícios.

A vitória elevou as ações da Uber e da Lyft nas negociações em Nova York, dando impulso às fortunas de alguns de seus maiores acionistas.

Garrett Camp, cofundador da Uber e único executivo de empresas de aplicativos de transporte no índice Bloomberg com as 500 pessoas mais ricas do mundo, viu sua fortuna aumentar quase 350 milhões, para 3,4 bilhões de dólares.

As empresas de aplicativo de transporte e de entrega de alimentos que apoiam a medida injetaram um recorde de 200 milhões de dólares na campanha. Esses gastos provavelmente compensarão muitas das empresas, já que Uber e Lyft, sozinhas, economizarão mais de 100 milhões de dólares anuais em custos trabalhistas, de acordo com uma estimativa.

Em Illinois, Griffin gastou 54 milhões de dólares em uma campanha contra a mudança tributária, enquanto o governador J.B. Pritzker, democrata e herdeiro dos hotéis Hyatt, investiu mais de 56 milhões de dólares para apoiar a aprovação. A medida foi rejeitada por 55% dos eleitores.

“Os cidadãos de Illinois transmitiram uma mensagem clara aos nossos líderes políticos em Springfield”, disse Griffin, cujas empresas de trading e gestão de ativos têm sede em Chicago, em comunicado enviado por e-mail. “Agora é hora de decretar reformas há muito esperadas para salvar nosso estado da ruína fiscal.”

Griffin tem patrimônio de 20,4 bilhões de dólares, enquanto a família Pritzker possui, coletivamente, quase 30 bilhões, segundo o Índice de Bilionários Bloomberg.

Acompanhe tudo sobre:AmazonBilionáriosFacebookjeff-bezos

Mais de Negócios

Setor de varejo e consumo lança manifesto alertando contra perigo das 'bets'

Onde está o Brasil no novo cenário de aportes em startups latinas — e o que olham os investidores

Tupperware entra em falência e credores disputam ativos da marca icônica

Num dos maiores cheques do ano, marketplace de atacados capta R$ 300 milhões rumo a 500 cidades