Hotel que era administrado pela Organização Trump no Panamá (Carlos Lemos/Reuters)
EFE
Publicado em 6 de março de 2018 às 06h50.
Cidade do Panamá - O conglomerado comercial do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, negou nesta segunda-feira ter perdido definitivamente o controle de um luxuoso hotel da capital do Panamá que administrava desde 2011 e do qual foi expulso hoje, segundo a versão dos novos proprietários do imóvel.
"Que fique absolutamente claro que na data de hoje não se tem decidido absolutamente nada por nenhum tribunal de justiça, seja ordinário ou de arbitragem, onde se tenha posto fim ao nosso contrato de administração do hotel", disse a Organização Trump em comunicado divulgado no Panamá.
O conglomerado explicou que os novos proprietários da torre, que inclui um luxuoso hotel e cerca de 300 apartamentos, compareceram em outubro do ano passado à Câmera Internacional de Comércio (ICC, na sigla em inglês) "a fim de determinar os direitos que correspondem às partes signatárias de um contrato de administração para o Trump International Hotel no Panamá".
"Para manter o status quo enquanto se decide a mencionada arbitragem, no dia de hoje o Segundo Juizado de Circuito decidiu nomear um administrador do hotel, até que se resolvam os litígios legais pendentes", declarou o grupo empresarial na mesma nota.
A representante do Segundo Juizado, María Victoria Valdés, se apresentou nesta manhã no lobby do edifício, situado em um bairro rico da cidade, acompanhada de um grande dispositivo policial, com pelo menos 15 agentes.
Os novos proprietários da torre, o fundo de capital privado Ithaca, asseguraram que a comitiva judicial foi ao edifício para notificar os empregados de Trump de que tinham que ir embora e deixar a gestão do prédio.
Nem o Órgão Judicial do Panamá nem a promotoria do país centro-americano se manifestaram sobre o caso.
"O Trump Hotels está totalmente convencido de que deverá ser indenizado por danos e prejuízos, custos judiciais e outras despesas resultantes das ações tomadas no dia de hoje", acrescentou o conglomerado empresarial no mesmo comunicado.
A árdua batalha judicial entre a Organização Trump e Ithaca começou no ano passado quando o fundo adquiriu o complexo e decidiu despejar o conglomerado do presidente americano da administração do mesmo por supostas más práticas financeiras.
O empresário cipriota e gerente do fundo, Orestes Fintiklis, disse nesta segunda-feira que a batalha comercial entre os dois conglomerados "saiu de controle", mas que as autoridades panamenhas conseguiram colocar-lhe um fim.
Fintiklis denunciou no último dia 23 de fevereiro perante a promotoria panamenha vários trabalhadores do hotel por "usurpação" da propriedade, por negar-se a aceitar que tinham sido despedidos e por impedir-lhe a entrada ao complexo.
Dois operários do fundo Ithaca arrancaram hoje de tarde o sobrenome do presidente americano do letreiro no qual até agora se podia ler "Trump Ocean Club International Hotel and Tower".
A torre, que tem forma de vela desdobrada e também conta com um cassino, várias piscinas e um SPA, foi inaugurada em 2011 pelo agora presidente americano e até esta segunda-feira era o único hotel da Organização Trump na América Latina.