Negócios

Oportunidades em 2024: para onde estão olhando os CEOs dessas startups e gestoras de investimento

Executivos de empresas como ZUP, Orbia e Oxygea compartilham as suas impressões sobre as principais tendências de 2024

A sensação, generalizada, é de que haverá muitas oportunidades para as empresas que souberem trafegar nesses novos tempos (krugli/Getty Images)

A sensação, generalizada, é de que haverá muitas oportunidades para as empresas que souberem trafegar nesses novos tempos (krugli/Getty Images)

Marcos Bonfim
Marcos Bonfim

Repórter de Negócios

Publicado em 1 de janeiro de 2024 às 09h00.

Toda virada de ano traz uma série de expectativas, mas 2024 tem um quê de especial. As projeções otimistas transitam em todos os mercados e estimam um movimento de retomada da economia e do ecossistema de inovação. 

O novo ânimo vem após dois anos em que a economia e as startups sofreram com os impactos de taxas de juros elevadas, inflação em alta e maior restrição ao crédito. A sensação, generalizada, é de que o pior já passou e de que haverá muitas oportunidades para as empresas que souberem trafegar nesses novos tempos. 

Abaixo, CEO de startups e fundos de investimento apontam as principais tendências e mercados para onde estão olhando.

Richard Zeiger, sócio da MSW Capital, gestora especializada em Corporate Venture Capital (CVC)

“Nós vislumbramos um horizonte de oportunidades melhores para o cenário do venture capital. Em particular, o setor de energia (energytechs) emerge com forte potencial de crescimento por conta da transição energética que será impulsionada por inovações tecnológicas e uma crescente conscientização ambiental (fontes renováveis), criando um cenário propício para investimento de risco em novos modelos de negócios. Na MSW Capital, estamos atentos a oportunidades inovadoras que promovam a sustentabilidade e a eficiência energética e antecipando esse movimento, em 2023 já realizamos investimentos em startups que estão 100% inseridas nesse contexto”

Artur Faria,  CEO da Oxygea - veículo de CVC criado pela Braskem com capital de US$ 150 milhões para investimentos

“o que temos notado é uma seletividade maior dos fundos, em especial em Series A e B que se traduz no aumento do tempo médio para concretização dos deals, fruto de diligências, agora, mais abrangentes e consequentemente em uma redução do número de deals. Outra tendência que continuaremos a ver é a priorização do portfólio atual, fundos estão mais simpatizantes a primeiro reforçar o caixa de boas empresas de portfólio para realizar novos investimentos.”

Bruno Pierobon, CEO da Zup, empresa de tecnologia adquirida pela Itaú em 2019

“Acredito que o mercado de trabalho vai ser muito impactado pela inteligência artificial. Diversas funções, especialmente nas áreas de atendimento ao cliente, vendas e desenvolvimento de software, podem ser substituídas por agentes e modelos automatizados. Para os profissionais, vejo que a principal recomendação será estudar e estar antenado para ser o especialista em sua área, já que a AI precisa de aprendizado contínuo que esse especialista pode prover. Ao mesmo tempo, vejo um momento de empoderamento com a inteligência artificial, tornando mais fácil e aumentando as possibilidades das pessoas causarem impacto na sociedade e no mundo. Ao abraçar a evolução tecnológica, os profissionais podem não apenas se adaptar às mudanças, mas também utilizar as ferramentas disponíveis para alcançar feitos extraordinários”

Sylvestre Mergulhão, fundador e CEO da Impulso, hrtech para gestão e desenvolvimento de times de tecnologia

“Apesar do mercado de tecnologia ter sido impactado consideravelmente com a onda de layoffs, já temos indicadores que demonstram uma retomada de crescimento para 2024. O setor de tecnologia segue aquecido, também em virtude da inteligência artificial, que exige habilidades como programação, análise de dados e gerenciamento de sistemas inteligentes”.

Cesare Rollo Iacovone, CEO da Destrava Aí, fintech de infraestrutura de gestão de garantias especializada em recebíveis de cartões

“O mercado espera por uma 'transformação significativa' devido à atualização das normas relativas à digitalização de recebíveis. Além disso, veremos uma transformação radical na gestão do pricing dessas empresas, considerando os impactos da nova dinâmica das reservas financeiras e de antecipação automática, vigentes a partir de abril de 2024. Eu acredito que o mercado de capitais deve ajudar a trazer um ‘alívio’ no caixa de empresas de todos os portes, via dívida privada. Isso será possível considerando a expectativa de redução do custo local de captação, novos influxos de capital advindos da, agora possível, captação de FDICs no varejo e de melhorias institucionais, como o Marco das Garantias.”

Ivan Moreno, CEO da Orbia, marketplace compra e venda de insumos agrícolas online para os agricultores

“Nós percebemos que a indústria do agro está cheia de possibilidades para se adaptar às novas tecnologias e tendências de mercado. E o consumo em plataformas digitais é algo que deve continuar crescendo fortemente em 2024 e nos próximos anos”

Raphael Swierczynski, sócio-fundador e CEO da Hero Seguros, startup no mercado de seguros

“No setor de seguros de viagem, a expectativa é de que o mercado cresça 36% em 2026. Essa é uma tendência que vem atrelada às mudanças de comportamento no pós pandemia. Com a retomada das viagens, o turismo tem vivenciado um crescimento expressivo, enquanto a conscientização sobre a importância do seguro viagem tem se tornado uma prioridade para os viajantes.  Para se ter uma ideia, só em 2023 a procura por seguros viagem no Brasil cresceu 230% em relação a 2022”

Cadu Guerra, CEO da allu, empresa de aluguel de Iphones com atuação na América Latina

“Em 2024, acredito que ficará ainda mais evidente a noção sobre economia circular. Não é necessário possuir um produto para, então, vivenciar a experiência que ele entrega. O universo das assinaturas traz acessibilidade e mais liberdade de escolhas. A melhor forma de crescer é entregar para as pessoas o que elas querem, de um jeito melhor, mais rápido, mais eficiente ou unindo vários desses pontos e construindo uma experiência única. Seu produto ou seu serviço sempre devem ser arquitetados pensando em entregar o que você sabe que o cliente deseja”

Acompanhe tudo sobre:Startups

Mais de Negócios

COP29: Lojas Renner S.A. apresenta caminhos para uma moda mais sustentável em conferência da ONU

Ele quase devolveu o dinheiro aos investidores, mas conseguiu criar um negócio que vale US$ 100 mi

Com chocolate artesanal amazônico, empreendedora cria rede de empoderamento feminino

Na maior Black Friday da Casas Bahia, R$ 1 bilhão em crédito para o cliente