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Operadora de estádio da Copa no Rio espera prejuízo

Odebrecht disse que a receita em 2013 foi “frustrante” e que embora 2014 fosse melhor, espera mais perdas


	Vista do Cristo Redentor com estádio do Maracanã ao fundo: estádio é um dos 12 em que o Brasil está investindo R$ 8 bilhões para sediar a Copa
 (Buda Mendes/Getty Images)

Vista do Cristo Redentor com estádio do Maracanã ao fundo: estádio é um dos 12 em que o Brasil está investindo R$ 8 bilhões para sediar a Copa (Buda Mendes/Getty Images)

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Da Redação

Publicado em 25 de abril de 2014 às 23h30.

São Paulo - É improvável que a empresa que no ano passado obteve a concessão para operar o icônico estádio Maracanã, do Rio de Janeiro, atinja um equilíbrio até 2016, disse um executivo sênior.

Dênio Cidreira, diretor de propriedades para entretenimento da Odebrecht, disse que a receita em 2013 foi “frustrante” e que embora 2014 fosse melhor, ele esperava mais perdas.

O porta-voz da Odebrecht Daélcio Freitas disse que o prejuízo em 2013 foi de aproximadamente R$ 48 milhões (US$ 21,6 milhões).

“Temos uma perda, mas no nosso plano esperávamos ter uma perda”, disse Cidreira ontem em entrevista de São Paulo, onde ele participava de uma cúpula de gestão esportiva na Escola de Administração IESE da Universidade de Navarra. “Em aproximadamente dois anos atingiremos um equilíbrio”.

O Maracanã, um dos mais famosos estádios esportivos, sediará a final da Copa do Mundo em 13 de julho. Propriedade do estado do Rio, ele esteve fechado durante três anos enquanto passava por uma renovação de US$ 500 milhões antes de reabrir em maio do ano passado.

O estádio é um dos 12 em que o Brasil está investindo R$ 8 bilhões para sediar a Copa, que começará no dia 12 de junho. O Maracanã sediará sete jogos.

Construído originalmente para a Copa de 1950, o Maracanã é a sede do time de futebol mais popular do Brasil, o Flamengo. O estádio tem capacidade para 78.000 torcedores e inclui camarotes VIP e áreas de recepção típicas dos estádios de futebol na Europa.

A Odebrecht, a maior empresa de construção do Brasil, é a sócia majoritária do grupo operador, conhecido como Consórcio Maracanã SA, que também inclui o Anschutz Entertainment Group Inc., com sede em Los Angeles, que administra o Staples Center em Los Angeles e o O2 Arena de Londres. No ano passado, o grupo concordou em pagar R$ 5,5 milhões por ano de aluguel e prometeu investir mais R$ 594 milhões no complexo.


Receita crescente

Cidreira disse que espera aumentar a receita por meio de uma melhoria na recepção, pela venda de assentos premium e pelo aumento do número de visitantes que fazem tours do estádio.

O Maracanã é o lar espiritual do futebol no Brasil e o local onde a seleção perdeu a final da Copa de 1950 contra o Uruguai. Essa derrota ainda é considerada uma tragédia nacional em um país que ganhou cinco Copas, mais do que qualquer outro país.

A Odebrecht também opera estádios novos em Salvador e no Recife, outras duas cidades que sediarão a Copa no Brasil. Cidreira disse que os lugares recentemente construídos estão ajudando a trazer novos públicos para os estádios e revertendo uma tendência de baixa assistência aos jogos.

Violência em estádios

Os torcedores têm preferido assistir aos jogos em suas casas ou em bares, em parte devido a vários incidentes violentos que estragaram o campeonato do ano passado. Em dezembro, um jogo entre o Atlético Paranaense e o Vasco da Gama teve que ser interrompido para que um helicóptero aterrissasse no campo e levasse um torcedor que tinha sido espancado até ficar inconsciente pelos torcedores rivais.

Cidreira disse que não houve episódios de violência nos novos estádios na temporada passada e que agora mais mulheres e crianças estão assistindo aos jogos.

“Fizemos uma pesquisa em um jogo e cerca de 40 por cento dos torcedores eram mulheres: isso é maravilhoso”, disse ele.

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