Negócios

Opep e aliados decidem estender cortes de produção até o final de julho

O sucesso do pacto depende, entretanto, da adoção de medidas de compliance por parte de países como Nigéria e Irã

Sede da organização em Viena (Leonhard Foeger/Reuters Business)

Sede da organização em Viena (Leonhard Foeger/Reuters Business)

JE

Juliana Estigarribia

Publicado em 6 de junho de 2020 às 12h27.

Membros da Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep) e aliados, como a Rússia, decidiram estender o acordo de cortes de oferta, da ordem de 9,7 milhões de barris por dia (bpd), até o final de julho. Os delegados do grupo promovem reunião virtual neste sábado, 06.

Anteriormente, o acordo previa que a partir de 1º de julho deste ano haveria uma redução dos cortes para 7,7 milhões de bpd.

O acordo depende, entretanto, do compromisso de compliance de alguns dos membros do grupo. Iraque e Nigéria não estariam cumprindo as medidas diante da fragilidade de suas economias.

Mesmo com as suspeitas, o mercado global mostrou otimismo ao longo da semana toda, com as cotações do barril ganhando fôlego.

"Os preço do petróleo estão subindo desde a semana passada, com os países saindo do lockdown, o consumo chinês retornando e a produção americana em queda, além da expectativa em torno da decisão da Opep", afirma Marcelo de Assis, chefe de pesquisa da Wood Mackenzie América Latina na área de upstream.

O especialista alerta, porém, que ainda há suspeitas acerca do cumprimento das metas por parte da Nigéria e do Irã, o que deve ser o grande desafio do grupo até o final de julho.

Na reunião, os delegados da Opep e aliados afirmaram que os dois países terão que compensar os volumes de cortes que não foram atingidos.

"Estaremos vigilantes acerca das nações e suas metas, mas sem cooperação e confiança mútua, este acordo não vai ter sucesso", afirmou Khalid A. Al-Falih, ministro do petróleo da Arábia Saudita e chairman da Opep, durante a apresentação.

Os preços do petróleo fecharam acima dos 40 dólares nesta sexta-feira, com as expectativas positivas acerca do acordo e os dados positivos de emprego nos Estados Unidos.

Acompanhe tudo sobre:PetróleoRússiaOpepCoronavírus

Mais de Negócios

Conheça os líderes brasileiros homenageados em noite de gala nos EUA

'Não se faz inovação sem povo', diz CEO de evento tech para 90 mil no Recife

Duralex: a marca dos pratos "inquebráveis" quebrou? Sim, mas não no Brasil; entenda

Quais são os 10 parques de diversão mais visitados da América Latina — 2 deles são brasileiros