Landau, Simca Chambord, Opala e Monza: carros de luxo que ficaram na história (Reprodução/Divulgação)
Repórter de Negócios
Publicado em 23 de março de 2024 às 07h47.
Última atualização em 25 de março de 2024 às 09h52.
Durante décadas, veículos como o Opala, Monza, Del Rey, Landau e o elegante Simca, não apenas percorreram as ruas e estradas do Brasil, mas também estacionaram na imaginação e nos corações de muitos brasileiros. Veículos como esse se tornaram, de certo modo, símbolos de status, engenharia sofisticada e design que refletia a aspiração e o prestígio de quem os comandava.
A EXAME separou cinco carros de luxo que bombaram entre os anos 1960 e 1980 para te contar a história por trás dessas máquinas. Aperte os cintos e boa viagem!
Eis um dos primeiros carros produzidos pela General Motors no Brasil: o famoso e clássico Opala. Lançado no Salão do Automóvel de São Paulo em 1968, o carro ficou por cerca de 24 anos em produção no país.
O veículo era uma adaptação do modelo alemão Opel Rekord C e do norte-americano iguais Chevrolet Impala. Daí o principal rumor do nome, uma junção das duas versões. Oficialmente, porém, a GM falava que Opala chamava-se assim por conta da pedra especial opala, que só pode ser encontrada na Austrália e, aqui, no Brasil.
Ao longo dos anos, o Opala recebeu várias versões e atualizações, incluindo diferentes configurações de motorização, que iam desde um motor de 4 cilindros até um potente 6 cilindros. O carro se destacou em várias frentes, sendo utilizado tanto por famílias, serviços oficiais e executivos. Aliás, foi num Opala que o ex-presidente Juscelino Kubitschek faleceu, num assistente na Via Dutra, em São Paulo.
Uma das suas versões mais emblemáticas foi o SS, lançado no início dos anos 1970, que se tornou sinônimo de desempenho e esportividade.
O último exemplar do Opala foi fabricado em abril de 1992. Foi a unidade de número 1 milhão. A partir daí, o carro teve como sucessor o Chevrolet Omega, fabricado no Brasil de 1992 a 1998, e depois importado da Austrália até 2012. Na memória das pessoas, porém, ele nunca saiu de linha.
O Chevrolet Monza é outro veículo icônico no Brasil, embora sua história comece, de certa forma, internacionalmente. A General Motors teve a ideia de criar uma série de modelos de carros parecidos, que demandassem poucas adaptações em cada mercado. Foram os chamados carros J-bodies. Nos Estados Unidos, eles resultaram em veículos como o Chevrolet Cavalier e o Cadillac Cimarron. Na Europa, no Opel. E no Brasil, o Monza.
Ele foi lançado em 1982, durante um período em que o país vivenciava uma significativa mudança no setor automotivo, com a introdução de carros com tecnologias mais modernas e designs inovadores. Rapidamente, se destacou no mercado, tornando-se um dos carros mais vendidos no Brasil durante a década de 1980. Se transformou, na verdade, no “queridinho da classe média”.
O Monza foi oferecido em várias versões de acabamento e motorização ao longo de sua produção, incluindo motores 1.6, 1.8 e 2.0, e mais tarde, até uma versão com motor 2.0 a álcool, uma inovação na época. Além disso, o Monza foi um dos pioneiros no Brasil a introduzir a injeção eletrônica de combustível nos anos 90, junto com o Gol, da Volkswagen.
A produção do Monza no Brasil continuou até meados dos anos 90, quando foi substituído por modelos mais modernos, como o Vectra. Na ocasião, a abertura para importação de modelos de carro pelo governo federal fez com que as tecnologias do veículo ficassem obsoletas.
Nos anos 1980, outro veículo de luxo nas estradas brasileiras foi o Del Rey, da Ford. Lançado em 1981, o Ford Del Rey foi baseado na plataforma do Ford Corcel II, mas com uma proposta de ser um veículo mais sofisticado e confortável. O carro foi oferecido em diversas versões de carroceria, incluindo sedã, coupê e perua. Junto com Monza, o Del Rey foi, no Brasil, um dos representantes do segmento de carros médios de luxo.
Fabricado ao longo de uma década, o Del Rey vendeu cerca de 350.000 unidades, em versões com motores 1.6 e 1.8. Deixou de ser produzido cerca de 10 anos depois de começar a ser fabricado no Brasil. O carro foi substituído pelo Ford Versailles, um veículo fruto de uma joint venture entre a Ford e a Volkswagen conhecida como Autolatina.
Antes do Del Rey, a Ford já tinha outros carros de luxo por aqui. Um deles foi o Landau, um dos mais luxuosos feitos pela montadora norte-americana por aqui. O carro, inclusive, chegou a ser sinônimo de veículos presidenciais.
Baseado no Ford Galaxie norte-americano, com adaptações para o mercado brasileiro, o Landau tinha um design marcado por amplo espaço, acabamento em materiais de alta qualidade, e diversos itens de conforto, como ar-condicionado, direção hidráulica, e vidros elétricos, algo bastante avançado para a época no Brasil. Já no motor, havia o potente V8.
O carro foi produzido por aqui entre 1971 e 1983, quando foi totalmente substituído pelo Del Rey, que também era um carro de luxo, mas com preço mais acessível do que o famoso e chiquérrimo Landau.
Para fechar nossa lista, vamos falar de uma montadora que também não existe mais. A Simca, originalmente uma indústria automobilística francesa, estacionou no Brasil em 1958.
No ano seguinte, já operava por aqui com o Chambord, o primeiro carro de passeio de grande porte produzido pela empresa. O Chambord era uma adaptação do Simca Versailles francês e, em aparência, se assemelhava muito aos famosos Fords dos anos 1950. Também tinha o famoso motor V8, assim como o Landau.
Foi o primeiro automóvel de luxo a ser construído no Brasil sob licença. Em 1965, começaram a circular boatos que a Chrysler americana, proprietária da Simca francesa iria assumir o comando da filial brasileira, o que acabou ocorrendo no segundo semestre de 1966.
Com isso, a linha acabou sendo absorvida pelos próprios modelos da Chrysler, levando ao fim da marca Simca no Brasil.