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ONGs ajudam ABN Amro escolher seus clientes

Quando chegou ao Brasil, em novembro de 2001, Maria Luiza Pinto, hoje diretora de responsabilidade social do ABN Amro Real, não tinha muito claro como iria começar a pôr em prática o projeto do banco. "Não havia nada muito estruturado sobre o tema", diz ela. "Tivemos de correr atrás de dados sobre responsabilidade social no […]

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Da Redação

Publicado em 9 de outubro de 2008 às 09h25.

Quando chegou ao Brasil, em novembro de 2001, Maria Luiza Pinto, hoje diretora de responsabilidade social do ABN Amro Real, não tinha muito claro como iria começar a pôr em prática o projeto do banco. "Não havia nada muito estruturado sobre o tema", diz ela. "Tivemos de correr atrás de dados sobre responsabilidade social no mundo todo e contar com a experiência de quem já está no ramo há mais tempo."

Nesse momento, a participação das ONGs (organizações não-governamentais) foi fundamental. A ONG Amigos da Terra, (www.amazonia.org.br), responsável por treinar 1 600 funcionários a analisar o perfil dos clientes, foi (e ainda é) uma parceira essencial no projeto do banco. Um dos projetos da ONG, denominado Eco Finanças, tem como objetivo unir os interesses econômicos da organização e as ações sociais. "Queremos encorajar os bancos a incorporar no dia-a-dia decisões como a do Real", diz Mário Malzoni, coordenador do projeto Eco Finanças.

Malzoni organizou o treinamento de toda gerência de risco do banco explicando, durante 4 horas, como uma empresa que peca nos critérios sociais pode trazer também sérios prejuízos à organização. "As pessoas, às vezes, acham que programas ambientais não têm nada a ver com finanças", diz Malzoni. "Durante estas 4 horas tentamos conscientizar a gerência do ABN que uma empresa que não trata bem seus funcionários pode trazer problemas inclusive no fluxo de caixa da organização."

Com o auxílio de ONGs e de outras entidades especializadas em estudar assuntos específicos que cercam o tema da responsabilidade social, o Real também consegue fazer com que alguns dos clientes - que ainda não se enquadram no perfil responsável - mudem de postura. É o caso do criador de camarões citado na reportagem de EXAME. Ao pleitear um empréstimo do banco, no ano passado, a empresa foi submetida a uma fiscalização coordenada pela Fundespa (Fundação de Estudo a Pesca), vinculada a USP. Feito o estudo, foi detectado que alguns cuidados com o manguezal - área de cultivo da empresa - não estavam totalmente de acordo com as normas de responsabilidade ambiental.

A empresa mostrou disposição para providenciar os cuidados necessários e melhorar a forma com que trata a região. "Não basta vetar um cliente por não corresponder às expectativas do nosso projeto", diz Maria Luiza. "É preciso mostrar o caminho para que ele possa saber como ser socialmente responsável também."

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