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Onde a própria Webjet diz que pode crescer

Dúvida é se a Gol manteria a estratégia traçada pela rival, comprada nesta sexta

Avião da Webjet (WIKIMEDIA COMMONS)

Avião da Webjet (WIKIMEDIA COMMONS)

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Da Redação

Publicado em 8 de julho de 2011 às 20h02.

São Paulo – A Gol anunciou, no início da noite desta sexta-feira (8/7) a compra da Webjet. O negócio foi fechado por 96 milhões de reais, mas a Webjet foi avaliada, na transação, em 310 milhões de reais.

Antes de mudar de controlador, a Webjet tentou abrir seu capital – e as informações divulgadas na ocasião dão uma pista de quais espaços a empresa enxerga para crescer.

Em seu prospecto preliminar, a Webjet elencava cinco pontos que, segundo a própria, elevariam sua receita e ampliariam seu mercado, hoje em 5,16% dos voos domésticos, segundo a Agência Nacional de Aviação Civil (Anac).

1. Ser a operadora de menor custo por passageiro do Brasil

Para qualquer empresa que deseja abrir seu capital, reduzir custos é um sinal de que a diretoria pretende aumentar a rentabilidade para os potenciais novos acionistas.

E essa era uma das estratégias da Webjet, antes de negociar sua venda para a Gol. A empresa pretendia se firmar como a aérea de menor custo por passageiro do país. Entre as medidas, a companhia renegociou contratos com fornecedores, uma medida que deveria refletir menos desembolsos já a partir de 2011.

2. Cortar custos de vendas e distribuição

Para aliviar os custos, a Webjet também pretendia aumentar as vendas de passagens pela internet. Entre 2008 e 2010, a companhia dobrou o volume de vendas pelo site, alcançando 95% de todos os bilhetes vendidos. Os demais 5% foram comercializados via call center e balcões de aeroportos.


A estratégia é semelhante à da Gol, quando foi fundada. A empresa dos Constantinos apostava alto no comércio eletrônico para ganhar mercado sem gastar muito. Com o tempo, porém, o plano foi atenuado e, hoje, a Gol possui planos de expandir sua rede de agências em regiões populares de grandes centros urbanos. Tudo para alcançar a nova classe média.

3. Ampliar a geração de receitas auxiliares

Apostar nas vendas online tem um efeito colateral positivo, segundo a Webjet: permite que a companhia ganhe algum dinheiro com a veiculação de publicidade em seu site.

Essa iniciativa faz parte de outra estratégia da companhia: aumentar a geração de receitas auxiliares, como vem fazendo concorrentes do Brasil e do mundo. Somente em dezembro do ano passado, as receitas auxiliares por passageiro foram de 22 reais. No primeiro trimestre do ano, a cifra ficou em 11,40 reais. Os valores não incluem fretamento e carga.

A empresa espera que, com o aumento de voos de curta distância e da taxa de ocupação, novas oportunidades de receitas paralelas sejam encontradas. Uma delas é a venda de reservas de hotéis e de locação de veículos, em pacotes.

4. Expandir a malha para rotas com grande demanda, mas sub-atendidas

Entre os planos traçados pela Webjet, estava o de concorrer com as demais empresas em rotas onde as rivais tivessem maiores custos e maiores tarifas – ou seja, o básico para uma empresa que pretende se diferenciar pelo preço de suas passagens.

Em seu prospecto preliminar, a Webjet afirmava que, em 2011, pretendia aumentar sua frota em sete aeronaves e abrir seis destinos domésticos. Já em 2012, estão previstas mais oito aeronaves e cinco outros destinos.

O foco da empresa seriam rotas com uma distância inferior a 1.000 quilômetros, com serviço ponto-a-ponto em aeroportos menores e secundários.

5. Manter a disciplina e focar em crescimento com rentabilidade

Lembre-se de que a Webjet divulgou essa estratégia em um prospecto preliminar para investidores. Dizer o contrário simplesmente não seria concebível para uma companhia que desejava fazer um IPO.

De qualquer modo, esse trecho indicava que, até 2015, a empresa planejava ampliar sua frota, hoje em 23 aeronaves, para 58. A empresa também estaria disposta a crescer mais rápido, por meio de arrendamento de aviões, se a demanda correspondesse.

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