a female senior nurse or matron is chatting to a young a young student nurse is attending to the dressings trolley at the foot of a patient's bed . They are all defocussed apart from the patient's hand in the foreground. (sturti/Getty Images)
Da Redação
Publicado em 1 de novembro de 2022 às 07h30.
Derretimento das geleiras, aumento do nível do mar, temperaturas extremas, deslizamentos e enchentes são apenas algumas das consequências desencadeadas pelas mudanças climáticas, que vem representando uma grande ameaça à vida humana.
A própria Organização Mundial de Saúde (OMS) alertou sobre os riscos deste cenário em relatório divulgado no ano passado, antes da Conferência das Nações Unidas sobre Mudança do Clima (COP26), em Glasgow, na Escócia.
A organização estima que, entre 2030 e 2050, as mudanças climáticas serão responsáveis por cerca de 250 mil mortes por ano.
Os eventos climáticos extremos impactam direta e indiretamente a saúde da população, com efeitos psicológicos e físicos.
Um estudo feito pelo Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas (IPCC) da Organização Mundial de Saúde (OMS) indicou que o aumento acelerado das mudanças climáticas é uma grande ameaça à saúde mental e ao bem-estar psicossocial, incluindo problemas como sofrimento emocional, ansiedade, depressão, luto e comportamento suicida.
Já os impactos para a saúde física vão desde à fome e desnutrição, causadas pela queda na produção de alimentos à proliferação de doenças infecciosas, como leishmaniose, malária, dengue e hepatite, decorrentes da má qualidade da água - frequentes principalmente nas regiões carentes de saneamento básico.
A poluição e má qualidade do ar, por outro lado, têm provocado um aumento significativo nos casos de câncer de pulmão, inclusive em pessoas que nunca fumaram.
De acordo com o Oncoguia, estima-se que 300 mil mortes por câncer de pulmão por ano em todo o mundo sejam causadas por partículas poluentes finas, emitidas pelo escapamento de veículos e a queima de combustíveis fósseis.
E os problemas não param por aí. Segundo o Observatório do Clima e Saúde, da Fiocruz, o aumento da temperatura e, especificamente, as ondas de calor, afetam os sistemas cardiovasculares e cerebrovasculares.
A exposição em longo prazo a altas temperaturas diminui a capacidade do corpo de ter uma temperatura constante, levando à insolação, síncope e exaustão ao calor.
Estudos mostram ainda que os indicadores de morbidade e mortalidade por doenças cardiovasculares e cerebrovasculares aumentam com a elevação da temperatura. Em eventos como as ondas de calor, ocorre o dobro de casos de AVC em relação às demais doenças cardiovasculares.
As consequências das mudanças climáticas para a saúde da população em todo o planeta têm se tornado cada vez mais evidentes e indicam a urgência de que governantes sejam ágeis na busca por soluções.
Entre as principais demandas está, por exemplo, a ampliação dos investimentos nos sistemas de saúde para aumentar a capacidade de adaptação e reação aos impactos do clima e, dessa forma, reduzir os riscos de doenças e mortes tanto para as gerações atuais quanto para as futuras.