Corre Supra chega ao mercado com o valor de R$ 1.199,90 (Buena Onda/Olympikus/Divulgação)
Repórter de Negócios
Publicado em 4 de março de 2024 às 15h20.
Última atualização em 5 de março de 2024 às 16h58.
A Olympikus deu mais um passo no mercado de corrida com um lançamento do super tênis Corre Supra, apresentado no último sábado, 2. O produto, com placa de carbono, é o primeiro da marca a superar a barreira dos R$ 1.000 e mostra a disposição da fabricante brasileira para disputar em um novo patamar, dominado por companhias internacionais como Nike, Asics e Adidas.
A marca do portfólio da Vulcabras tem empreendido uma maratona no universo da corrida. De patinho feio até pouco anos, a Olympikus conseguiu arregimentar uma comunidade para chamar de sua. O crescimento veio de uma combinação de fatores, de investimentos a mudanças no mercado de práticas esportivas.
Quando os preços dos produtos importados das marcas internacionais escalaram, seguindo a alta do dólar, a marca tinha à mão a família “Corre”, com produtos em faixa de preço entre R$349 e R$ 799,00. A linha é facilmente vista nos pés de quem se alinha para largar em corridas de rua pelo país.
Em pouco tempo, os produtos representam 15% do faturamento da marca. O “Corre 3”, por exemplo, um dos três modelos da família “Corre”, configurou como o tênis mais usado no país, segundo relatório do Strava, no ano passado. O sucesso da empreitada ajudou a Vulcabras a construir uma empreitada que acumula 13 trimestre consecutivos de expansão em receita - o balanço de 2023 será divulgado nesta semana.
A entrada do Supra faz parte deste ciclo para encarar um mercado mais sofisticado e com entrega de valor maior. Os super tênis despontaram nos últimos com as placas de carbono, uma tecnologia que funciona como sistema de propulsão para os corredores. O primeiro modelo com placa da Olympikus foi o Corre Grafeno, o top de linha até a chegada do Supra, com um valor de lançamento R$ 799,00.
O mais novo integrante da família traz placa de carbono e um revestimento de grafeno. A combinação, segundo a empresa, garante uma propulsão 3 vezes maior.
“Nós investimos mais de R$ 600 milhões nos últimos cinco anos”, afirma Pedro Bartelle, CEO da Vulcabras, sobre a jornada da companhia. Além da Olympikus, a fabricante gaúcha opera as marcas Mizuno e Under Armour. “Tudo que existe na Ásia nós temos aqui igual. Nós não perdemos para ninguém. A Vulcabras fez muitos investimentos para crescer, e de fato cresceu, mas principalmente para poder produzir qualquer tecnologia”, diz.
O produto, com preço em R$ 1.199,99, funciona também como um teste para a Olympikus na conhecida batalha de corações, mentes - e, no caso, bolsos. A questão é saber se os ganhos obtidos em imagem de marca nos últimos anos já estão consolidados o suficiente para levar o consumidor a desembolsos maiores.
“Nós vamos construindo um novo espaço, conforme chegamos no mercado. A estratégia que temos para o Supra é de construir a reputação para ele seja a melhor opção bem super tênis para o consumidor brasileiro”, afirma Márcio Callage, CMO da Vulcabras.
A fala está conectada com uma característica do tênis, que apresenta uma forma mais larga para se adequar ao pé do brasileiro e promover maior estabilidade. Na categoria de super tênis, os produtos costumam ter um formato mais estreito e a instabilidade aparece como um desafio constante, principalmente para que não 'voa' como os atletas elite e profissionais.
“Nós vamos vender muito mais do que os outros [concorrentes] porque o nosso tênis vai ser um tênis que vai poder atender mais pessoas”, diz Bartelle.
Além do mercado nacional, a Olympikus pretende levar o Supra para outros destinos, como América Latina e Europa, mercados com os quais tem estreitado relações, especialmente, nos últimos dois anos. “Nós estamos testando a força do produto e da marca lá. E através da Espanha, onde nós já temos um distribuidor, nós queremos ver se conseguimos chegar a outros países da Europa”, afirma Bartelle.