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Custos com hedge levam Oi a prejuízo de R$3 bi no 2º tri

O resultado negativo foi 16 vezes maior que o prejuízo de 200 milhões de reais apurado nos três meses imediatamente anteriores

Oi: um ano antes, a empresa registrou prejuízo líquido de 822 milhões de reais (Facebook/Oi/Reprodução)

Oi: um ano antes, a empresa registrou prejuízo líquido de 822 milhões de reais (Facebook/Oi/Reprodução)

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Reuters

Publicado em 9 de agosto de 2017 às 19h13.

Última atualização em 9 de agosto de 2017 às 19h52.

São Paulo - A Oi teve um prejuízo maior que o esperado no segundo trimestre depois que a empresa foi forçada a fechar posições de hedge por conta do processo de recuperação judicial da companhia que está se levando mais tempo do que o previsto.

O grupo de telecomunicações teve prejuízo líquido de 3,3 bilhões de reais no segundo trimestre, resultado negativo 16 vezes maior que o prejuízo de 200 milhões de reais apurado nos três meses imediatamente anteriores. Um ano antes, a empresa registrou prejuízo líquido de 822 milhões de reais.

O prejuízo veio acima da média de estimativas que esperavam resultado negativo de 332,8 milhões de reais, segundo dados compilados pela Thomson Reuters.

O resultado financeiro da Oi no segundo trimestre foi negativo em 4,98 bilhões de reais ante 622 milhões positivos um ano antes.

No segundo trimestre, a Oi afirma ter investido 1,2 bilhão de reais, queda de 1,5 por cento sobre um ano antes. No semestre, a conta somou 2,5 bilhões de reais, estável sobre um ano antes.

A receita caiu 10,5 por cento na comparação anual e 5 por cento sobre o primeiro trimestre, refletindo quedas em todos os segmentos de negócios da companhia - residencial, mobilidade pessoal, corporativo e telefones públicos.

A Oi afirmou que os custos e despesas operacionais tiveram queda de 15,6 por cento sobre o segundo trimestre do ano passado, para 4,2 bilhões de reais, ajudando a impulsionar o resultado operacional e a geração de fluxo de caixa, que cresceu 62,4 por cento.

O lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda) ajustado da Oi nos três meses encerrados em junho foi de 1,617 bilhão de reais, alta de 6,4 por cento sobre um ano antes. A margem avançou 4,4 pontos percentuais, a 27,7 por cento.

Os números indicam que o plano de recuperação da companhia promovido pelo presidente-executivo Marco Schroeder está sentindo os efeitos da lenta recuperação da economia brasileira e da recuperação judicial da companhia, que analistas afirmam que pode estar influenciando a imagem da empresa perante os consumidores.

"Estamos trabalhando duro para revertemos as perdas de receita e é por isso que estamos trabalhando os investimentos da forma como estamos fazendo", disse Schroeder à Reuters.

O resultado da Oi saiu alguns dias depois que a rival Telefônica Brasil, que opera sob a marca Vivo, divulgou alta de 25 por cento no lucro líquido do segundo trimestre sobre um ano antes, para 873 milhões de reais.. Já a também rival TIM viu o lucro triplicar no período, para 219 milhões de reais.

ASSEMBLEIA EM OUTUBRO

Schroeder afirmou que a Oi e representantes do governo federal estão discutindo sobre o tratamento a ser dado a bilhões de reais em multas aplicadas contra a empresa pela agência de telecomunicações Anatel, como forma de acelerar a saída da companhia da recuperação judicial

O executivo acrescentou que a assembleia de credores para votar o plano de recuperação judicial provavelmente vai ocorrer por volta de outubro em vez do objetivo inicial da empresa de setembro.

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