Oi: A diretoria da tele se reuniu ontem com o BNDES, único credor com garantia real e acionista da companhia (MARCELO CORREA)
Da Redação
Publicado em 8 de outubro de 2016 às 11h57.
Rio - A operadora de telefonia Oi, que está em recuperação judicial desde junho, começou a conversar com os bancos credores, apurou o Broadcast, sistema de informação em tempo real do Grupo Estado.
Já as negociações com os bondholders (detentores de títulos da dívida), no entanto, seguem paralisadas, disse uma fonte com conhecimento no assunto.
Ontem, a diretoria da tele se reuniu com o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), único credor com garantia real e acionista da companhia.
O presidente da Oi, Marco Schroeder, e o presidente do Conselho de Administração da companhia, José Mauro Mettrau Carneiro da Cunha, participaram da reunião. Procurada, a Oi não comentou.
Na pauta, estava o processo de recuperação judicial, o maior da história do País, que soma dívida total de R$ 65,4 bilhões. "Os executivos foram ouvir a visão do BNDES sobre a proposta de plano de reestruturação da companhia (apresentada há quase um mês)", disse uma fonte.
A companhia deve R$ 3,3 bilhões para o banco de fomento, que possui uma fatia de 4,63% da tele. O banco busca uma melhora da governança da tele. "Todas as discussões sobre a reestruturação de dívida serão feitas pelo conselho da empresa, que é quem deve falar pela empresa."
Do lado dos bondholders, não foram feitos novos contatos. A visão deles é que não há interesse de negociação por parte de dois dos principais acionistas da tele - a Pharol (antiga Portugal Telecom, dona de 22,24%) e o Société Mondiale, ligado a Nelson Tanure (com 6,32%). "A avaliação é que esses acionistas acreditam que os credores terão de aceitar o plano do jeito que foi apresentado", segundo outra fonte.
A recuperação judicial da Oi está no radar do governo. Na última quarta-feira, o ministro Eliseu Padilha (Casa Civil) fez uma reunião com o ministro Gilberto Kassab; o presidente da Anatel, Juarez Quadros; representantes da Advocacia Geral da União.
O Banco do Brasil e a Caixa Econômica Federal, credores da Oi, também participaram. A conclusão foi de que a Oi precisa de uma solução de mercado para o seu processo de recuperação judicial.
De acordo com fontes, os bancos credores da Oi estariam insatisfeitos com a falta de negociações por parte da Oi.