EXAME.com (EXAME.com)
Da Redação
Publicado em 10 de outubro de 2010 às 03h39.
Rio de Janeiro - A Oi, que anunciou hoje uma associação estratégica com a Portugal Telecom, espera aproveitar o reforço financeiro e a infraestrutura de sua nova parceira para se expandir pela América Latina e a África.
A Oi anunciou em comunicado que o objetivo da aliança é desenvolver "um projeto de telecomunicações de projeção global que permita a cooperação em diversas áreas (...) ampliar a presença internacional das partes, notadamente na América Latina e África".
A associação prevê uma troca de participações que permitirá à Oi ter até 10% do capital da Portugal Telecom, que por sua vez terá 22,4% da Oi.
A Portugal Telecom pagará até R$ 8,4 bilhões pelos 22,4% da Oi, cujo controle é compartilhado por três grupos e na qual o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) tem 49% de participação acionária.
O acordo entre Portugal Telecom e Oi tem relação com o anunciado hoje entre a Telefónica e a operadora portuguesa.
A companhia espanhola comprou os 30% da Portugal Telecom na Vivo por 7,5 bilhões de euros (US$ 9,7 bilhões).
Como a Telefónica assumirá a totalidade do capital do Brasilcel, o consórcio que controla em partes iguais com a Portugal Telecom e que é dono de 60% das ações da Vivo, a companhia lusa se associará a Oi para não deixar o mercado brasileiro.
O acordo com a Portugal Telecom permitirá que a Oi se reforce financeiramente com uma capitalização de até R$ 12 bilhões, recursos necessários para aumentar seus investimentos e financiar sua expansão internacional.
A Portugal Telecom já atua como operadora em Angola, Macau (China), Namíbia, Cabo Verde, Timor-Leste e São Tomé e Príncipe.
"Somente em Angola, um dos mais promissores mercados africanos, o faturamento da Portugal Telecom foi equivalente a R$ 2,57 bilhões.", diz o comunicado da Oi.
A Oi esclareceu que, apesar da troca de participações com a Portugal Telecom, a empresa continuará sendo privada e controlada por capital brasileiro, já que o bloco controlador (50,1%) seguirá na mãos dos grupos brasileiros Andrade Gutierrez (19,3%) e Jereissati (19,3%) e da Fundação Atlântico (11,5%), que é o fundo de pensão dos funcionários da Oi.
"Essa operação permitirá à Oi ampliar sua capacidade de investimento e de expansão nacional e internacional, mantendo o controle da empresa em mãos brasileiras", afirmou Pedro Jereissati, presidente da Telemar Participações e acionista do grupo Jereissati.
"Trata-se de uma aliança industrial que dará à Oi a capacidade de desenvolver um projeto de telecomunicações de projeção global", acrescentou Otavio Azevedo, presidente do grupo Andrade Gutierrez.