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Oi diz ter papel de protagonismo em consolidação no Brasil

Segundo CEO interino, companhia mantém a meta de ir para o Novo Mercado até primeiro trimestre de 2015


	Loja da Oi: ações da companhia despencaram mais de 10 por cento
 (REUTERS/Nacho Doce)

Loja da Oi: ações da companhia despencaram mais de 10 por cento (REUTERS/Nacho Doce)

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Da Redação

Publicado em 9 de outubro de 2014 às 20h59.

Rio de Janeiro - A operadora Oi terá papel de "protagonista" no processo de consolidação do mercado brasileiro de telecomunicações, disse nesta quinta-feira o presidente interino da empresa, Bayard Gontijo, evitando comentar se esse papel será de compradora ou alvo de aquisição.

Em um dia em que as ações da companhia desabaram mais de 10 por cento na BM&FBovespa, Gontijo declarou que a fusão da Oi com a Portugal Telecom não será desfeita, após a saída do presidente-executivo Zeinal Bava na terça-feira. Bava era considerado um dos arquitetos da união das duas companhias, que tem entre os objetivos reduzir o endividamento da Oi.

"Somos protagonistas no processo de consolidação no mercado brasileiro", disse Gontijo. "O BTG Pactual foi contratado como comissário mercantil e está trabalhando ativamente nesse projeto para apresentar alternativas adequadas que viabilizem a consolidação no Brasil", completou. A Oi contratou o BTG Pactual em setembro para analisar uma possível oferta conjunta pela TIM com a América Móvil.

"Pode ser que, para viabilizar essa consolidação, tenhamos que passar por venda de ativos da Oi e dos ativos que vieram junto", declarou, referindo-se aos ativos da Portugal Telecom.

De acordo com Gontijo, a redução de quatro para três grupos principais de telecomunicações no Brasil poderá trazer sinergias significativas, com incremento de margens para as operadoras. "A consolidação sem a Oi não acontece. A Oi é fundamental para a consolidação acontecer", declarou.

O executivo, no entanto, não informou se já existem negociações em andamento. "Enquanto falamos, o BTG está trabalhando neste momento no processo, ativamente. Uma das responsabilidades (do BTG) é apresentar financiamento adequado."

Gontijo reafirmou que a empresa pretende vender os ativos da Africatel, que reúne todas as operações africanas do grupo. Esses ativos são registrados no balanço da Oi como valendo 4 bilhões de reais e, segundo o executivo, o processo de venda "está ocorrendo normalmente".

De acordo com Gontijo, a entrada da Oi no Novo Mercado, segmento com regras mais rígidas de governança corporativa da BM&FBovespa, é fundamental para a empresa e ocorrerá até o primeiro trimestre de 2015.

Sobre a dívida elevada da companhia, que chegou a 46 bilhões de reais no segundo trimestre, o executivo disse que será combatida no curto e no médio prazos. "A companhia está em processo de recuperação operacional. Leva um tempo, não é da noite para o dia", disse, repetindo discurso proferido por seus antecessores.

"Enquanto estamos nesse processo de reestruturação, vamos vender ativos para manter endividamento controlado. Temos ativos que nos permitem comprar esse tempo."

Segundo ele, a reestruturação operacional tem que gerar retorno para iniciar processo de "desalavancagem orgânica", que pode ser potencializado com uma eventual consolidação no Brasil.

Conselho

Os membros do conselho de administração da Oi Otávio Azevedo -- da Andrade Gutiérrez, acionista controlador da Oi -- e José Mauro Cunha, que chegou a ocupar a presidência da companhia no início do ano passado, enviaram comunicado nesta quinta-feira no qual manifestaram "integral apoio" a Gontijo como presidente da Oi.

O comunicado afirmou que Bayard foi escolhido para liderar a companhia nos desafios que estão postos: realizar a transição para o Novo Mercado, reduzir o endividamento e continuar crescendo.

A mensagem foi enviada apenas depois que a Oi perdeu 2,8 bilhões de reais em valor de mercado desde o anúncio da saída de Bava da presidência.

Nesta quinta-feira, as ações preferenciais da Oi despencaram 13,16 por cento, a 1,32 real. Já as ações ordinárias tombaram 10,62 por cento, para 1,43 real.

"Na terça teve a renúncia do CEO, isso traz incerteza sobre a gestão da empresa. Quanto mais incerteza, mais risco existe e o papel é penalizado. A empresa acabou de fazer fusão, em um setor em processo de consolidação (...) os investidores tendem a ficar mais cautelosos", disse o analista da XP Investimentos Ricardo Kim.

Gontijo declarou que não há prazo para um novo nome ser indicado para o cargo de presidente-executivo da Oi.

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