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Oi aumenta dívida para pagar dividendo

A empresa pagou no último ano R$ 4,36 em dividendo por ação, mas este mês paga R$ 0,51 em dividendo


	Os papéis da Oi recuaram 27% desde que a empresa anunciou que sua estrutura societária seria simplificada
 (Divulgação)

Os papéis da Oi recuaram 27% desde que a empresa anunciou que sua estrutura societária seria simplificada (Divulgação)

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Da Redação

Publicado em 11 de março de 2013 às 18h56.

 A Oi está acumulando dívida para manter o maior dividendo entre as grandes operadoras de telefonia do mundo.

A empresa pagou R$ 4,36 em dividendo por ação nos últimos 12 meses, equivalente a 62 por cento do preço do papel, maior rendimento entre 79 empresas do setor com valor de mercado de US$ 5 bilhões ou mais, segundo dados da Bloomberg. Este mês, a Oi paga aos acionistas R$ 0,51 em dividendo.

A dívida líquida da Oi aumentou 61 por cento no ano passado para R$ 25,1 bilhões para manter o pagamento de dividendos anunciado e financiar um aumento de investimentos para oferecer serviços de televisão e banda larga mais rápida. Depois de tirar Francisco Valim do comando em janeiro por descumprimento de metas de crescimento, a Oi pretende vender ativos fora da atividade principal e cortar gastos de capital para reduzir o endividamento, que se aproxima de um limite interno de alavancagem de 3 vezes o lucro.

“Um dividendo dessa magnitude só é sustentável se você tiver resultados muito fortes,” disse Richard Dineen, analista do HSBC. “Nesse caso, a Oi está pegando dinheiro emprestado e imediatamente distribuindo, com a promessa de que os resultados vão melhorar fortemente no futuro”

A ação da Oi acumula queda de 27% desde que anunciou em 30 de março uma operação para simplificar a estrutura societária. No período, o Ibovespa caiu 9,4 por cento.

Alex Zornig, diretor financeiro da Oi, disse que a venda de ativos não essenciais, o compartilhamento de investimentos com outras operadoras e os investimentos mais recentes estão dando resultados que sinalizam a retomada do crescimento. A empresa também alongou o perfil da dívida, cujo prazo médio passou de 2,7 anos ao final de 2009 para 5 anos.

“A política de remuneração dos acionistas que foi anunciada depende das condições financeiras da companhia e é um pilar importante na governança corporativa, uma vez que proporciona previsibilidade ao mercado,” disse Zornig em resposta a perguntas da reportagem. “Temos reservas suficientes no patrimônio líquido que podem ser distribuídas.”

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