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OGX exige recursos de Eike, mas há dúvidas sobre aporte

Segundo fontes, decisão da companhia de exigir o aporte do empresário não necessariamente garantirá à petroleira receber a quantia


	Eike Batista na abertuda de capital da OGX: companhia obrigou o empresário a cumprir um acordo e injetar US$ 1 bilhão
 (Fernando Cavalcanti/EXAME.com)

Eike Batista na abertuda de capital da OGX: companhia obrigou o empresário a cumprir um acordo e injetar US$ 1 bilhão (Fernando Cavalcanti/EXAME.com)

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Da Redação

Publicado em 6 de setembro de 2013 às 16h28.

Rio de Janeiro - A OGX exerceu a opção de cobrar 1 bilhão de dólares prometido pelo controlador Eike Batista, em decisão que não necessariamente garantirá à petroleira receber essa quantia, afirmaram duas fontes a par do assunto.

Sem recursos em caixa para manter suas atividades por muito tempo, a OGX divulgou fato relevante nesta sexta-feira informando que exerceu uma opção contra Eike acertada em outubro de 2012.

A diretoria da OGX vai propor uma reunião extraordinária do Conselho de Administração para a convocação de Assembleia Geral destinada a aprovar o imediato aumento de capital social no valor de 100 milhões de dólares. O restante do valor será solicitado conforme as necessidades de caixa da OGX.

A notícia motivava forte alta das ações da OGX na Bovespa, embora não haja certeza de que os recursos prometidos por Eike entrarão no caixa da petroleira, disseram as duas fontes à Reuters, sob condição de anonimato.

"Esta pergunta --se O Eike vai pagar ou não-- vale 1 bilhão de dólares", disse uma das fontes. "O que pode ser dito é que a administração da OGX tem suas obrigações (de exercer a opção contra o controlador). Ou faz ou renuncia", acrescentou.

Segundo as fontes, a diretoria da OGX pode ter tomado a decisão de exercer a opção contra Eike mesmo sem consultá-lo, independentemente da capacidade do empresário em honrar a injeção de capital na petroleira. Isso porque os executivos da empresa têm o compromisso legal em salvar a OGX e conseguir recursos para mantê-la.

Nenhuma das fontes, entretanto, descarta a possibilidade de Eike ter sido consultado previamente sobre o anúncio da OGX.

Procurada, a OGX disse que não comentará se Eike foi consultado sobre o exercício da opção pela empresa. O Grupo EBX não respondeu imediatamente a pedidos feitos pela Reuters sobre um posicionamento a respeito do assunto.


Às 15h56, a ação da OGX avançava 34,15 por cento, a 0,55 real, enquanto o Ibovespa subia 3,06 por cento. Na máxima, pela manhã, o papel da empresa chegou a disparar quase 50 por cento.

Pela opção da OGX contra Eike, o empresário deverá subscrever novas ações de emissão da companhia ao preço de 6,30 reais por papel, mais de 11 vezes o valor do ativo na bolsa.

Analistas desconfiam da capacidade de Eike de honrar com o aporte total de 1 bilhão de dólares na OGX. Nesta semana, a revista Forbes calculou que o empresário deixou de ser bilionário, com fortuna estimada agora em 900 milhões de dólares.

As fontes ouvidas pela Reuters ponderaram que Eike vendeu recentemente participações em algumas empresas, entre as quais a própria OGX, alegando que precisava se desfazer dos papéis para honrar compromissos do grupo.

A derrocada da OGX, que já foi considerada o ativo mais precioso do grupo de empresas de Eike, ganhou força após sucessivas frustrações com o nível de produção da petroleira. No início de julho, a companhia decidiu não seguir adiante com o desenvolvimento de algumas áreas na bacia de Campos antes consideradas promissoras.

Com situação crítica de caixa e fracasso em sua campanha exploratória até o momento, em agosto a OGX desistiu de adquirir nove dos 13 blocos que arrematou na última licitação de áreas de petróleo, evitando o pagamento de 280 milhões de reais ao governo por direitos exploratórios.

A petroleira --com uma dívida acima de 4 bilhões de dólares, a maioria em bônus no exterior-- espera completar a venda de uma fatia em blocos de petróleo que possui para a malaia Petronas, para conseguir um alívio no caixa.

A Petronas, porém, informou recentemente que aguarda a conclusão da reestruturação da dívida da OGX para dar prosseguimento ao negócio 850 milhões de dólares com a petroleira brasileira.

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