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OGX entra com pedido de recuperação judicial, diz fonte

Segundo fonte, empresa declarou passivo consolidado de 11,2 bilhões de reais no pedido de recuperação judicial


	OGX: pedido já era amplamente esperado, depois que fracassaram as negociações com detentores de US$ 3,6 bilhões em bônus
 (Divulgação)

OGX: pedido já era amplamente esperado, depois que fracassaram as negociações com detentores de US$ 3,6 bilhões em bônus (Divulgação)

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Da Redação

Publicado em 30 de outubro de 2013 às 16h38.

Rio de Janeiro - A endividada petroleira OGX, do empresário Eike Batista, entrou com pedido de recuperação judicial nesta quarta-feira, informou a assessoria de imprensa da 4a Vara Empresarial do Tribunal de Justiça do Estado do Rio de Janeiro.

Uma fonte a par do assunto antecipou o pedido à Reuters pouco antes da confirmação pela Justiça do Rio.

O pedido de recuperação da empresa --o maior da história por uma empresa da América Latina-- já era amplamente esperado, depois que fracassaram as negociações com detentores de 3,6 bilhões de dólares em bônus da OGX no exterior para uma reestruturação da dívida.

A empresa declarou passivo consolidado de 11,2 bilhões de reais no pedido de recuperação judicial, segundo a fonte ouvida pela Reuters, que pediu para não ser identificada.

Se o tribunal de falências aprovar o pedido, a OGX terá 60 dias para apresentar um plano de reestruturação da companhia.

"Acreditamos que (o pedido) seja deferido pelo juiz e que seja proveitoso para credores, acionistas e para o país. A OGX possui ativos para viabilizar sua recuperação" afirmou o advogado Marcio Costa, do escritório de advocacia Sergio Bermudes, que participa do processo de recuperação da OGX.

Os credores da OGX --que incluem a Pacific Investment Management Co (Pimco), que administra o maior fundo de títulos do mundo, com sede na Califórnia, e o fundo de investimento norte-americano BlackRock Inc, entre outros-- terão então 30 dias para aprovar ou rejeitar o plano.

O pedido de recuperação judicial da OGX marca mais um capítulo no desmantelamento do que já foi um império industrial, com ativos de energia, mineração e infraestrutura, entre outros, do grupo "X". O fracasso da campanha exploratória da OGX --antes considerada o ativo mais precioso do Grupo EBX-- contaminou as outras empresas de Eike.

No Vermelho

A OGX estima necessidade de curto prazo de 250 milhões de dólares em capital e ficará sem recursos na última semana de dezembro se não conseguir levantar dinheiro novo, conforme informações do plano de reestruturação aos detentores de bônus que fracassou.

A empresa tinha 82 milhões de dólares no fim de setembro e seus assessores financeiros na negociação com os credores externos --Blackstone e Lazard-- estimam desembolsos de 89 milhões de dólares apenas a fornecedores até o fim do ano, considerando somente pagamentos críticos a prestadores de serviço no campo de Tubarão Martelo, na Bacia de Campos.


Em Tubarão Martelo, a petroleira busca começar a produzir em meados de novembro, a fim de gerar receita para atenuar sua situação.

O valor atribuído à toda OGX, de acordo com o plano apresentado aos credores, é de 2,7 bilhões de dólares --principalmente composto pelo valor de Tubarão Martelo (1,4 bilhão de dólares) e do campo Atlanta (1,1 bilhão de dólares).

O pedido de recuperação judicial da OGX pode ter implicações sobre o destino da empresa-irmã, a construtora naval OSX, que foi criada para fornecer plataformas de exploração à petroleira. A OSX, entretanto, disse nesta semana que não tem intenção de entrar com pedido de recuperação judicial.

Queda de Eike

É pouco provável que o pedido de recuperação judicial da OGX tenha um efeito significativo na economia do Brasil, pois a companhia está em fase inicial e produz pouco petróleo.

Mas trata-se de mais um exemplo vívido da queda dramática de Eike --um empresário de renome que disse certa vez estar no caminho certo para se tornar o homem mais rico do mundo.

Aos 56 anos, ele viu sua fortuna pessoal reduzida em mais de 30 bilhões de dólares nos últimos 18 meses, com investidores punindo as ações de suas empresas listadas em bolsa.

O valor de mercado da OGX, por exemplo, despencou em quase 45 bilhões de dólares desde o pico atingido em meados de 2010.

Nesta quarta-feira, a ação da OGX operou em queda durante todo o pregão, mas acelerou a baixa após a notícia sobre o pedido de recuperação judicial. Nos ajustes de fechamento do pregão, o papel saiu da mínima para encerrar com desvalorização de 26 por cento, valendo 0,17 real.

Com o pedido de recuperação judicial, a negociação das ações da OGX na bolsa paulista ficará suspensa.

Atualizado às 17h37min.

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