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OGX deve exigir aporte de US$1 bi de Eike, dizem analistas

Petrolífera deverá exercer sua opção contra o acionista controlador exigindo que ele invista na companhia diante da deterioração do caixa


	Eike participa da cerimônia de extração do primeiro barril de petróleo da OGX: companhia teve prejuízo de mais de 800 milhões de reais no primeiro trimestre
 (RUI PORTO FILHO/Agência Estado)

Eike participa da cerimônia de extração do primeiro barril de petróleo da OGX: companhia teve prejuízo de mais de 800 milhões de reais no primeiro trimestre (RUI PORTO FILHO/Agência Estado)

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Da Redação

Publicado em 10 de maio de 2013 às 12h49.

São Paulo - A petrolífera OGX deverá exercer sua opção contra o acionista controlador Eike Batista, exigindo que ele injete 1 bilhão de dólares na empresa, diante da deterioração do caixa da companhia para fazer frente aos investimentos.

A OGX divulgou na noite de quinta-feira que terminou março com 1,15 bilhão de dólares em disponibilidades, redução de 500 milhões de dólares em apenas três meses.

Mesmo o reforço no capital que virá pela venda de 40 por cento de dois blocos na bacia de Campos para a estatal malaia Petronas por 850 milhões de dólares não será suficiente para a OGX --apenas 250 milhões de dólares estão sendo disponibilizados imediatamente.

"Apesar do aumento de caixa em 2013 pela venda de participação (nos blocos), nossa análise é que a atual geração de caixa da OGX não é suficiente para cobrir os investimentos planejados e o custo da dívida", escreveram em relatório os analistas Caio M Carvalhal e Felipe Dos Santos, do JPMorgan.

Eles mantêm a visão de exercício da opção pela OGX para exigir aporte de 1 bilhão de dólares pelo acionista controlador.

Pelos cálculos da equipe do Bank of America Merrill Lynch, a OGX teria recursos suficientes para os próximos dois a quatro trimestres, incluindo a entrada dos 250 milhões de dólares no caixa pela venda parcial de ativos e dependendo de quão bem-sucedida for a empresa na redução de gastos.

Eike concedeu em outubro do ano passado o direito à OGX de exigir a subscrição de ações da companhia até o limite máximo equivalente a 1 bilhão de dólares, ao preço de exercício de 6,30 reais por ação --quase quatro vezes o valor do papel da petrolífera na Bovespa atualmente.


A opção poderá ser exercida pela OGX a qualquer momento até 30 de abril de 2014, conforme necessidades de capital da OGX e ausência de alternativas mais favoráveis, condições que serão determinadas pela maioria dos membros independentes do Conselho de Administração.

Na época, Eike disse que a opção concedida era um sinal de confiança nos ativos da companhia, "bem como nas novas oportunidades que o setor de óleo e gás oferece à OGX".

A divulgação sucessiva de dados de produção abaixo das expectativas tem motivado queda expressiva no preço das ações da OGX e desencadeou uma crise de confiança sobre todas as empresas da holding EBX, de Eike, corroendo o valor dessas companhias na bolsa.

Para o Deutsche Bank, a injeção de capital de Eike na OGX será ainda mais necessária se a petrolífera participar da 11a rodada de licitação de áreas de petróleo, que acontece na semana que vem.

BofA Merrill Lynch e Deutsche Bank têm recomendação "underperform" (quando espera desempenho abaixo do mercado) e "venda", respectivamente, para a ação da OGX. O JPMorgan tem indicação "neutra" para os papéis.

A OGX teve prejuízo de mais de 800 milhões de reais no primeiro trimestre, devido principalmente a baixas contábeis pelo reconhecimento de poços secos e áreas subcomerciais devolvidas ao governo após conclusão do período exploratório.

As ações da OGX recuavam 2,4 por cento por volta do meio-dia, cotadas a 1,6 real. O Ibovespa cedia 0,9 por cento.

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