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Odebrecht quer concluir em 3 meses transferência de projeto

Um requisito para as empresas interessadas em adquirir a concessão é que tenham o nível técnico para poder operá-lo


	Odebrecht: "Nos sentimos realmente orgulhosos por termos colocado o projeto em desenvolvimento"
 (Vanderlei Almeida/AFP)

Odebrecht: "Nos sentimos realmente orgulhosos por termos colocado o projeto em desenvolvimento" (Vanderlei Almeida/AFP)

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Da Redação

Publicado em 21 de setembro de 2016 às 21h28.

Lima - A Odebrecht espera terminar "em dois ou três meses" a transferência de suas concessões no projeto de irrigação Olmos, que abrange 43.500 hectares de cultivos no litoral norte do Peru, anunciou nesta quarta-feira à Agência Efe o diretor de investimentos da H2Olmos Odebrecht Latinvest, Alfonso Pinillos.

O executivo indicou que já houve reuniões nos últimos meses com empresas peruanas e estrangeiras que mostraram "grande interesse" pelo projeto, que consistente em transportar a água do rio Huancabamba por meio de um túnel de 20 quilômetros que atravessa os Andes até os vales desérticos da região de Lambayeque.

Pinillos afirmou que um requisito para as empresas interessadas em adquirir a concessão é que não só tenham o nível técnico para poder operá-lo, mas também qualificação econômica e financeira suficiente para continuar com as operações de transposição e irrigação.

"Nos sentimos realmente orgulhosos por termos colocado o projeto em desenvolvimento, e agora vemos que está em uma etapa de amadurecimento, porque os principais desafios para sua viabilidade, que eram a construção do túnel transandino e a estruturação econômica e financeira, foram resolvidos", disse Pinillos.

O diretor da H2Olmos lembrou que o investimento realizado pela concessionária chegou a US$ 600 milhões entre a construção da represa, o túnel e os canais e sistemas de irrigação que abastecem com água os trabalhadores rurais locais e as áreas arrendadas por empresas peruanas e estrangeiras.

O gerente indicou que 30% da superfície agrícola do projeto, correspondente a 12.000 hectares, já está em produção, e estima que gerará 30.000 postos de trabalho diretos e 100.000 indiretos quando alcançar a plena produção dos 43.500 hectares, dentro de quatro ou cinco anos.

Pinillos acrescentou que o valor anual da produção agrícola de Olmos será de cerca de US$ 650 milhões entre a cana-de-açúcar que será processada para o mercado local e as frutas e hortaliças que serão exportadas a mercados de América do Norte e Europa inicialmente.

"Acredito que se apresenta uma grande oportunidade para abastecer os mercados do hemisfério norte. Foram estabelecidos cultivos como o do abacate e o do oxicoco, que eram plantados em áreas mais frias como Chile e Argentina e agora se desenvolvem no norte peruano", acrescentou.

O executivo elogiou o investimento realizado em Olmos pelo grupo peruano Gloria ao construir uma usina para refino de açúcar, avaliada em cerca de US$ 300 milhões, que é "a mais moderna do país, e que permitirá ao Peru deixar de importar açúcar para se transformar em um produtor com superávit" neste setor.

Pinillos afirmou que o progresso do projeto faz com que se apresente como um atrativo a possibilidade de desenvolver a segunda etapa, que consiste em aumentar a represa de Limón, que abastece o túnel da transposição, para quadruplicar a capacidade de seu reservatório e dobrar a superfície de cultivos até quase 100.000 hectares.

Além disso, Pinillos destacou que o Ministério de Transporte e Comunicações peruano já tem um projeto para impulsionar, junto com o governo regional de Lambayeque, uma estrada asfaltada que facilite a saída dos produtos para a exportação, além da construção da nova cidade de Olmos, para 70.000 habitantes.

O projeto Olmos fica próximo do município homônimo, a cerca de 900 quilômetros ao norte de Lima, e sua transposição foi concessionada a CTO, outra empresa do grupo Odebrecht, em 2004, por 20 anos, enquanto a irrigação foi concessionada em 2010 à H2Olmos por um período de 25 anos.

Entre os 43.500 hectares que compõem o projeto, há 5.500 que pertencem à Comunidade Rural Valle Viejo e 38.000 correspondem a terras leiloadas para agricultura em grande escala.

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