Odebrecht: "O Panamá é, até este momento, o país que impôs à empresa Odebrecht a multa mais alta" (Nacho Doce/Reuters)
EFE
Publicado em 1 de agosto de 2017 às 17h48.
Última atualização em 1 de agosto de 2017 às 17h49.
Cidade do Panamá - O Ministério Público do Panamá anunciou nesta terça-feira que assinou um "acordo de leniência" com a Odebrecht que inclui o compromisso da empresa de pagar uma "sanção econômica pela ordem de US$ 220 milhões".
O acordo foi assinado em 26 de julho e inclui a obrigação da construtora de fornecer à procuradoria "todas as informações relacionadas com o Panamá que qualquer um de seus funcionários, dirigentes ou terceiros contratados conheçam", disse a procuradora-geral do país, Kenia Porcell.
"O Panamá é, até este momento, o país que impôs à empresa Odebrecht a multa mais alta, US$ 220 milhões", disse em um pronunciamento público Porcell, que revelou que as negociações com a construtora brasileira para chegar ao acordo duraram oito meses.
A procuradora-geral destacou que a sanção econômica de US$ 220 milhões inclui "uma multa de US$ 100 milhões pelo uso do sistema bancário e financeiro do Panamá, porque" foram usados "para mover dinheiro para outras jurisdições, como Suíça e Estados Unidos".
Porcell disse esperar que antes de dezembro tenha terminado a investigação panamenha do escândalo de corrupção envolvendo a construtora e que possa ser concretizada a homologação do acordo de leniência.
A procuradora lembrou que, desde o início das investigações, em setembro de 2015, foram abertos 26 inquéritos relacionados com a Odebrecht, 43 pessoas foram processadas e, entre elas, 24 são panamenhas - incluindo "ex-ministros e familiares de altas autoridades do anterior e atual governo" - e 13 são brasileiras.