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Odebrecht está prestes a vender ativo no Peru

Conglomerado começou a vender importantes ativos para aliviar sua complicada situação de caixa, após envolvimento de executivos em esquema de propinas

Odebrecht: Projeto Olmos prevê o desvio de água do Rio Huancabamba para a Bacia do Pacífico (REUTERS/Rodrigo Paiva/Reuters)

Odebrecht: Projeto Olmos prevê o desvio de água do Rio Huancabamba para a Bacia do Pacífico (REUTERS/Rodrigo Paiva/Reuters)

EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 5 de novembro de 2016 às 12h01.

Última atualização em 5 de novembro de 2016 às 12h02.

São Paulo - A Odebrecht está prestes a assinar a venda de sua participação de 55% na concessionária Gasoduto Sul Peruano, por cerca de US$ 2 bilhões, disseram fontes ao Broadcast, sistema de notícias em tempo real da Agência Estado.

Os compradores são a companhia norte-americana Sempra, que ficará com 50% da participação, e a Tecpetrol, do grupo ítalo-argentino Techint, com os 5% restantes.

O contrato prevê ainda a venda da participação de 71% da Odebrecht no consórcio construtor para a Techint. Fontes ouvidas pelo Broadcast informaram que o fechamento da transação deve ser concluída entre segunda e terça-feira e que dependia apenas de acertos de detalhes contratuais. Procurado, o grupo Sempra e a Odebrecht não comentaram o assunto. Nenhum porta-voz do Techint foi encontrado pela reportagem.

O conglomerado baiano está, nos últimos meses, vendendo importantes ativos para aliviar sua complicada situação de caixa, após envolvimento de seus executivos no esquema de propinas investigado pela Operação Lava Jato. Marcelo Odebrecht, ex-presidente da companhia, está preso desde junho do ano passado.

Rolagem de dívida

A companhia também está renegociando as dívidas de suas principais empresas. Em julho, o grupo concluiu a renegociação de um passivo de R$ 11 bilhões da Odebrecht Agroindustrial (produtora de açúcar e álcool).

Os maiores esforços da empresa estão hoje concentrados nas negociações da Odebrecht Óleo e Gás com "bondholders" (detentores da dívida) para reestruturar uma dívida de US$ 3,7 bilhões. O objetivo é evitar que esses investidores peçam o vencimento antecipado da dívida. Paralelamente, negocia com a Petrobrás com contratos que sustentam o fluxo de compromissos dessa dívida. A OOG tem em aberto com esses credores os juros de US$ 550 milhões de bônus perpétuos, no montante de US$ 9,6 milhões.

Sem a venda de ativos e renegociação de seus principais débitos, empresas do grupo correm o risco de entrar com pedido de recuperação judicial, segundo fontes.

No mês passado, o grupo deu um importante passo ao concluir a venda de 70% da Odebrecht Ambiental para a gestora canadense Brookfield, que adquiriu 70% da Odebrecht Ambiental, por US$ 768 milhões. A Odebrecht também se desfez da concessionária Rutas de Lima (concessão rodoviária no Peru), também negociada para a Brookfield; e do Complexo Eólico Corredor do Senandes para o Grupo NC. Nessas duas operações, o grupo levantou mais de R$ 1,6 bilhão, de acordo com fontes. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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