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Da Redação
Publicado em 9 de maio de 2013 às 16h50.
Rio de Janeiro - O Consórcio Maracanã, formado por Odebrecht, a empresa do bilionário Eike Batista IMX e a norte-americana AEG, foi declarado nesta quinta-feira vencedor da licitação para concessão do Maracanã pelos próximos 35 anos, informou o governo estadual do Rio de Janeiro.
O grupo vai pagar um total de 181,5 milhões de reais em 33 parcelas pela concessão e terá de realizar obras de quase 600 milhões de reais no complexo do Maracanã. Somente a reforma do estádio, que será palco da final da Copa do Mundo de 2014, custou mais de 1 bilhão de reais aos cofres públicos.
A Odebrecht já integra o consórcio responsável pela obra para a Copa, enquanto a IMX realizou um estudo de viabilidade econômica do estádio prévio ao processo de licitação. A AEG administra diversas arenas esportivas ao redor do mundo, incluindo a Arena Pernambuco e o novo estádio do Palmeiras.
O outro consórcio interessado na concessão do Maracanã era formado pela construtora OAS junto com as empresas Stadium Amsterdam (responsável pela Amsterdam Arena) e o grupo de mídia francês Lagardère. O grupo disse que não vai recorrer.
O Consórcio Maracanã, que tem 90 % de participação da Odebrecht, 5 % da IMX e 5 % da AEG, fez a melhor proposta financeira e também recebeu a melhor avaliação técnica. Nesta quinta-feira, o governo aprovou a documentação de habilitação apresentada pelo consórcio e anunciou o resultado.
"O resultado não poderia ter sido melhor do que foi", disse o secretário-chefe da Casa Civil do Rio de Janeiro, Regis Fichtner, em coletiva de imprensa após o anúncio. Segundo Fichtner, o contrato será assinado antes do final de maio.
O Maracanã foi reaberto no final de abril com uma partida de exibição, mas com apenas um terço da capacidade de quase 79 mil pessoas, somente duas entradas funcionando e um verdadeiro canteiro de obras em parte do lado de fora.
Um evento-teste marcado para 15 de maio foi cancelado e o amistoso Brasil x Inglaterra, no dia 2 de junho, será o único teste completo da arena antes da Copa das Confederações, que acontece de 15 a 30 do mesmo mês.
O governo do RJ anunciou nesta semana que foi liberado um adicional de 200 milhões de reais para a obra, elevando o custo total a 1,049 bilhão de reais. Inicialmente, as obras estavam estimadas em 705 milhões de reais, mas problemas encontrados na cobertura durante a reforma já tinham elevado os custos para 859 milhões, segundo números da secretaria estadual de obras.
Os clubes de futebol do Rio não participaram da licitação, mas o consórcio vencedor terá de se associar a um ou mais times da cidade, desde que não seja um contrato de exclusividade.
O grupo vencedor da licitação agora terá que demolir o parque aquático Júlio Delamare e o estádio de atletismo Célio de Barros para a construção de um novo complexo multiuso que incluirá lojas, bares, restaurantes e um estacionamento nos arredores do estádio para a Copa do Mundo de 2014.
Também ficará a cargo da empresa vencedora a construção de um novo parque aquático e um centro de atletismo nas redondezas do complexo.
"Agora vamos sentar com o consórcio vencedor e verificar o que é possível fazer até a Copa do Mundo", disse Fichtner. "A gente não pode realizar a Copa do Mundo com alguma obra inacabada, só vamos começar aquilo que for possível terminar até a Copa." O processo de licitação do Maracanã foi alvo de protestos contra a privatização do estádio e também envolveu uma ação judicial. A licitação só foi adiante após o governo obter uma liminar no mês passado.
O Ministério Público havia acusado o Estado de favorecer a IMX, uma vez que a empresa foi contratada previamente pelo governo para estabelecer os parâmetros da licitação, e o MP também declarou ser contra a demolição das arenas de natação e atletismo do complexo do Maracanã.
Antes do início da sessão que anunciou o consórcio vencedor nesta quinta-feira, a comissão julgadora informou que a desembargadora Marilia de Castro Neves Vieira, da 2ª Vara Cível do Rio de Janeiro, expediu mandado de segurança a favor da empresa Golden Gol excluindo os camarotes do estádio da licitação.
Fichtner disse que o Estado vai realizar estudos e indenizar os antigos detentores dos direitos de uso dos camarotes para resolver a questão.
Atualizada às 16h50