Marcelo Odebrecht, CEO da Odebrecht: em nova fase da Operação Lava Jato, a empreiteira foi acusada de pagar propina à off-shore Canyon View Assets, controlada pelo ex-executivo da Petrobras (REUTERS/Enrique Castro-Mendivil)
Da Redação
Publicado em 21 de junho de 2015 às 11h22.
São Paulo - A Odebrecht negou ter realizado qualquer depósito em nome de Pedro Barusco, ex-gerente de Serviços da Petrobras. Em nova fase da Operação Lava Jato, da Polícia Federal, a empreiteira foi acusada de pagar propina à off-shore Canyon View Assets, controlada pelo ex-executivo da estatal. De acordo com a Odebrecht, o que ocorreu foi uma aquisição de títulos ("bonds") da Odebrecht no exterior por Barusco.
Em despacho assinado pelo juiz Sergio Moro, este diz que não é possível, ainda, afastar a possibilidade de que a compra "tenha se dado mediante recursos de terceiros". Entretanto, ele afirma que são necessários "melhores esclarecimentos sobre a referida transação antes de conclusão de que constituiu pagamento de propina".
Na sexta-feira, a Polícia Federal prendeu as cúpulas da Odebrecht e da Andrade Gutierrez, as duas maiores empreiteiras do País. Foram presos preventivamente o empreiteiro Marcelo Odebrecht e o presidente da Andrade Gutierrez, Otávio Marques de Azevedo, além de outros dez executivos ligados às duas construtoras.
Batizada de Operação Erga Omnes, a 14ª fase da Lava Jato é uma continuidade do cerco ao chamado braço empresarial do esquema de corrupção na Petrobras iniciado em novembro do ano passado com a prisão de outros 15 executivos e ex-dirigentes de empreiteiras suspeitas de formar um cartel para atuar em contratos com a estatal.