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Odebrecht diz não ser a primeira e nem a última a pagar propinas

A empreiteira está sendo investigada em vários países por pagamento de propina para conseguir vencer licitações de contratos de obras públicas

ODEBRECHT: executivos da empreiteira que fizeram delação premiada têm acareação marcada para hoje / Rodrigo Paiva/Reuters (Rodrigo Paiva/Reuters)

ODEBRECHT: executivos da empreiteira que fizeram delação premiada têm acareação marcada para hoje / Rodrigo Paiva/Reuters (Rodrigo Paiva/Reuters)

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EFE

Publicado em 16 de junho de 2017 às 17h57.

Nova Orleans - Um executivo da Odebrecht disse nesta sexta-feira à Agência Efe em Nova Orleans que a empreiteira brasileira não é a primeira empresa a pagar propina a agentes públicos para obter favores e que tampouco será a última.

"Não somos os primeiros e garanto que não seremos os últimos. Nós não vamos voltar a fazer isso, já estamos fora dessas práticas, mas sabemos que há outras empresas que continuam fazendo o mesmo", afirmou o CEO da diretoria de Engenharia e Construção Internacional da Odebrecht, Flávio Bento de Faria.

O pagamento de propina, segundo Faria, "faz parte da natureza humana" e é um costume que se estende por todos os setores econômicos, e não apenas no mundo das obras de infraestrutura.

"É uma prática comum em toda a atividade econômica do mundo, com mais ou menos grau de supervisão e controle, mas que existe em todos os países e em todas as indústrias", garantiu o executivo durante uma conferência da indústria petroquímica realizada em Nova Orleans, nos Estados Unidos.

A Odebrecht é considerada a maior empreiteira da América Latina e está sendo investigada em vários países da região por pagamento de propina para conseguir vencer licitações de contratos de obras públicas.

O Departamento de Justiça dos EUA divulgou em dezembro documentos que revelaram que a construtora pagou cerca de US$ 788 milhões em propina em 12 países da América Latina e da África.

"As sociedades têm que ter os mecanismos de controle e de sanção, caso contrário, nada será consertado", lamentou o executivo da empreiteira, que na quinta-feira discursou na conferência "Downstream Engineering, Construction and Maintenance", organizada pelo American Chemistry Council (ACC) com patrocínio da Odebrecht.

O evento reuniu até hoje cerca de mil representantes das grandes companhias petroquímicas do mundo com negócios nos Estados Unidos, entre as quais se encontram ExxonMobil, Shell, BP e Chevron.

A Odebrecht já conseguiu fazer acordos judiciais com os governos de EUA, Brasil e Suíça para pagar multas de mais de US$ 2 bilhões e compensar assim os atos ilícitos pelos quais está sendo investigada.

"Temos confiança de que chegaremos a acordos com todos os países onde temos problemas, inclusive o Peru, onde fomos vetados", indicou Faria.

O executivo reconheceu que será necessário "bastante" tempo até que a construtora brasileira recupere a confiança que tinha antes do escândalo, mas opinou que "a parte mais forte da tempestade está perto de acabar".

"2018 não será um ano de grandes resultados, mas sim de melhorias e de certa recuperação. Talvez, em dois ou três anos, poderemos voltar a operar normalmente", comentou o CEO.

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