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Odebrecht avança para concorrer com Embraer no setor de defesa

Novo centro de desenvolvimento em São José dos Campos coloca multinacionais frente a frente

Fábrica da Embraer: empresa pode ser ameaçada pela maior presença da Odebrecht no setor de defesa (Germano Lüders/EXAME.com)

Fábrica da Embraer: empresa pode ser ameaçada pela maior presença da Odebrecht no setor de defesa (Germano Lüders/EXAME.com)

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Da Redação

Publicado em 24 de junho de 2011 às 16h36.

São Paulo - A Odebrecht Defesa e Tecnologia (ODT), que atua na produção de equipamentos de defesa, quer ampliar sua presença na cidade de São José dos Campos – principal polo do setor – ainda em 2011. A empresa já pediu autorização à prefeitura da cidade para instalar um centro de desenvolvimento e pesquisa no Parque Tecnológico Riugi Kojima. A intenção inicial não é a construção de uma planta local, mas tudo caminha para que isso ocorra no médio prazo – fazendo com que a empresa estenda seus tentáculos justamente no território dominado pela Embraer. Ambas as companhias dão sinais de que iniciam uma discreta divisão de cartas para concentrar em suas mãos o setor de defesa brasileiro.

A Odebrecht vem silenciosamente se armando de acordos e parcerias para intensificar sua atuação no setor. Seu braço de defesa foi criado em 2010, após se unir à francesa EADS (holding controladora da Airbus) em uma joint-venture. Neste ano, a empresa adquiriu a Mectron, a única companhia brasileira que possui qualificação avançada na tecnologia de mísseis, e que fica justamente em São José dos Campos. Outra aquisição foi a da Copa, uma pequena empresa instalada na mesma cidade que atua na integração de sistemas de defesa e segurança. Além disso, a Odebrecht possui um papel central nos planos da Marinha brasileira de construir submarinos nucleares e uma nova base.

Com o centro de desenvolvimento, a Odebrecht terá a oportunidade de trabalhar em parceria com outras companhias do setor que compõem o parque tecnológico. E a aproximação servirá, inclusive, para a empresa buscar possíveis alvos de compra. Segundo fontes ouvidas pelo site de VEJA, a Odebrecht não esperará a aprovação da compra da Mectron pelo Cade para buscar novas oportunidades de consolidação no setor e já está à procura de novos alvos.

Já a Embraer Defesa, subsidiária da multinacional brasileira do setor de aviação, comprou, no início do ano, 50% das ações da integradora de sistemas Atech, também com sede em São José dos Campos. Pouco depois ocorreu a compra da divisão de radares da empresa OrbiSat, que atua na Amazônia. Nos planos de consolidação da Embraer Defesa também estão incluídas parceiras com gigantes estrangeiros, como a AEI, que pertence ao maior grupo israelense do setor de defesa, o Elbit.

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