Negócios

Odebrecht quer vender projetos no Peru com pressão do governo

O governo rescindiu o contrato gasoduto de gás natural da Odebrecht de 5 bilhões de dólares esta semana por ter perdido o prazo chave de financiamento

Odebrecht: em dezembro, a Odebrecht admitiu ter pago milhões de dólares em toda a América Latina para obter contratos de obras públicas (Sebastian Castaneda/Reuters)

Odebrecht: em dezembro, a Odebrecht admitiu ter pago milhões de dólares em toda a América Latina para obter contratos de obras públicas (Sebastian Castaneda/Reuters)

R

Reuters

Publicado em 27 de janeiro de 2017 às 16h57.

Última atualização em 27 de janeiro de 2017 às 18h15.

Lima - A Odebrecht disse nesta sexta-feira que está disposta a vender projetos e empresas restantes no Peru, enquanto lida com investigação maciça e pressão do governo para deixar o país.

No início desta semana, o presidente peruano, Pedro Pablo Kuczynski, fez os comentários mais acalorados sobre o escândalo, dizendo que a Odebrecht deveria dizer para as pessoas que ele iria "enforcar" autoridades e empresas corruptas.

Em dezembro, a Odebrecht admitiu ter pago milhões de dólares em toda a América Latina para obter contratos de obras públicas.

A empresa agora negocia acordos com promotores no Peru e de vários outros países, após acordo judicial com autoridades de Estados Unidos, Brasil e Suíça.

O governo de Kuczynski rescindiu o contrato gasoduto de gás natural da Odebrecht de 5 bilhões de dólares esta semana por ter perdido o prazo chave de financiamento, mas não anunciou medidas para forçar a empresa a sair de Peru.

O ministro das Finanças Alfredo Thorne disse que o governo pretende negociar a saída da empresa a partir de uma série de projetos, começando pelo projeto de irrigação Chavimochic III da Odebrecht com a Grana y Montero, que parou em dezembro esperando uma licença do governo.

A Odebrecht disse em um comunicado à Reuters que o Peru não pediu diretamente para a companhia sair de qualquer projeto, mas que iria "respeitar a vontade do governo e, se necessário, todas as suas concessões seriam vendidas".

A empresa afirmou que daria detalhes a autoridades locais sobre os subornos independentemente de ficar ou sair.

O anúncio levanta dúvidas se a empresa pode resistir à pressão do governo para deixar o Peru com promotores trabalhando para apontar quais contratos foram obtidos através de propina.

A Odebrecht colocou a hidrelétrica Chaglla à venda meses atrás e concordou em vender seu negócio de irrigação Olmos para a canadense Brookfield em novembro, mas disse que o governo ainda não autorizou o negócio.

Acompanhe tudo sobre:Novonor (ex-Odebrecht)Peru

Mais de Negócios

O paradoxo da Patagonia: de 'tudo pelo planeta' a cortes nas operações

Entenda por que Musk comprar a MSNBC é mais difícil do que parece

Empresa do PR transforma máquina de bebidas e snacks em negócio de R$ 1 bi

Ela criou uma coleira especial para ajudar cães cegos e hoje vende para todo o Brasil