Lima - A Odebrecht e a espanhola Enagás assinaram nesta quarta-feira com o Ministério de Energia e Minas do Peru o contrato para a construção e operação do Gasoduto Sul Peruano, que se estenderá da jazida de Camisea em Cuzco até o porto de Ilo no litoral.
O presidente do Peru, Ollanta Humala, declarou após a assinatura do contrato no Palácio do governo que se trata de um "marco histórico" para o desenvolvimento do gás no país, já que este era um recurso "adormecido" no subsolo desde a década de 80.
"Eram épocas difíceis, não tínhamos toda a experiência para a utilização de uma matéria-prima tão importante e, além disso, não havia créditos", lembrou Humala sobre o período.
Ele ressaltou que existe uma política energética e metas a ser cumpridas, com o objetivo de industrializar este recurso e exportar a energia para a região e para o mundo.
"O Peru está trabalhando uma política de diversificação energética, e o gás nos permitirá falar de desenvolvimento de uma indústria petroquímica no sul do país", acrescentou.
O ministro da Energia e Minas, Eleodoro Mayorga, afirmou que acredita que a Odebrecht e a Enagás farão o serviço eficiente que todos os peruanos esperam.
"Esperamos que os investimentos, que em três ou quatro anos devem girar os US$ 3,6 bilhões, e o trabalho da empresa ao longo da exploração e concessão por 30 anos, sejam feitos de maneira eficiente, pois o Peru assim os exige", declarou o ministro.
Ele indicou que o ato de hoje marca o compromisso entre o consórcio que ganhou a licitação e o Estado, que se compromete a terminar a obra no prazo previsto.
O ministro acrescentou que haverá outra cerimônia em Cuzco, com o presidente peruano, para celebrar a assinatura do contrato, tal como tinha anunciado no início desta semana.
"O gás permitirá a energia necessária para a geração de eletricidade para o sul e para a industrialização", afirmou Mayorga.
O Gasoduto Sul Peruano (GSP) consiste no projeto, financiamento, construção, operação, manutenção e transferência ao Estado peruano de um Sistema de Transporte de Gás Natural com uma longitude de mais de mil quilômetros e um diâmetro de 32 polegadas.
O duto percorrerá 1.080 quilômetros de Camisea (na região de Cuzco) até Ilo (na região de Moquegua), onde será instalado um polo petroquímico.
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1. Terra de contrastes
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1/11 (Enrique Castro-Mendivil/Reuters)
São Paulo - Os brasileiros não costumam olhar com muita atenção para seus colegas latino-americanos, e com isso perdem a chance de conhecer (e aprender) com algumas histórias de sucesso. Uma delas é a do
Peru, que após décadas de instabilidade econômica e violência política, tem conseguido atrair investimentos, reduzir a pobreza e crescer de forma vigorosa com inflação e desemprego baixos. Nem tudo está resolvido - o Peru ainda é um emergente com pobreza e serviços públicos de baixa qualidade - mas os sinais são promissores. Veja algumas peculiaridades do país a seguir:
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2. Crescimento de 6,6%
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2/11 (Wikimedia Commons)
O Peru é uma das maiores histórias de sucesso econômico da América Latina: sua economia cresceu a uma média de 6,6% anuais de 2004 para cá. No Brasil, foram 3,7% - a diferença é que enquanto nós desaceleramos nos últimos 3 anos, o Peru continuou em patamares semelhantes (e com inflação em torno de 3,5%).
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3. Um em cada dois trabalhadores no setor informal
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3/11 (Miguel Yupanqui/Wikimedia Commons)
A informalidade é um problema antigo do Peru que sujeita trabalhadores a condições inadequadas e impede o governo de ampliar receita.
O crescimento tem melhorado os números, mas 49% dos peruanos continuam trabalhando no setor informal da economia,
de acordo com a Organização Mundial do Trabalho. No Brasil, são 24%.
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4. Uma primeira-dama polêmica
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4/11 (Rec79/Wikimedia Commons)
O Brasil não tem hoje primeira-dama - muito menos uma como Nadine Heredia, mulher há 15 anos do presidente do Peru, Ollanta Humala, que assumiu em 2011. Inicialmente popular, ela passou a incomodar por sua interferência política, que só aumentou depois que ela foi apontada para líder do partido nacionalista e de esquerda do marido. 62% acreditam que é ela (e não Ollanta) que comanda o país e sua aprovação caiu de 66% para 27% em 2 anos.
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5. Ceviche
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5/11 (Yogma/Flickr)
A combinação de peixe cru com frutas cítricas e temperos vem dos incas e está presente em outros países andinos, mas é só no Peru que virou orgulho nacional com direito a dia especial (28 de junho). O ceviche virou produto de exportação e ajudou a impulsionar chefs como Gaston Acúrio, que abriu cevicherias em várias cidades - inclusive São Paulo, onde o prato virou moda nos últimos anos.
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6. Um vencedor do Nobel
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6/11 (Getty Images)
O Brasil não tem nenhum vencedor do
prêmio Nobel, mas o Peru tem um: Mario Vargas Llosa. Ele levou o prêmio máximo da literatura mundial em 2010 por obras como "Tia Júlia e o Escrevinhador" e "A Festa do Bode". Um liberal assumido de 78 anos, Vargas Llosa chegou a concorrer à presidência em 1990, mas perdeu para Alberto Fujimori.
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7. Um ex-presidente na prisão
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7/11 (Getty Images)
O Brasil já teve um presidente destitúido do cargo, mas não um condenado à prisão servindo pena - aliás, o caso peruano é único no mundo. Alberto Fujimori comandou o país entre 1990 e 2000, período em que abriu a economia. Depois de tentar um terceiro mandato e se exilar no Japão, ele voltou ao Peru e foi condenado a 25 anos de prisão por autorizar um "esquadrão da morte" que cometeu abusos de direitos humanos no combate à guerrilha do Sendero Luminoso.
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8. Machu Pichu
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8/11 (Wikimedia Commons)
Nenhuma das atrações históricas brasileiras é tão conhecida como a cidade inca, Patrimônio Cultural da Humanidade que recebeu quase 1,2 milhão de turistas só no ano passado. O número dobrou na última década, e 2 em cada 3 visitantes são estrangeiros.
De acordo com o BID, o
turismo já responde por 8% do PIB peruano e pode ser a segunda principal fonte de divisas para o país já em 2021.
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9. A maior plantação de coca do mundo
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9/11 (Luis Robayo/AFP/AFP)
Em 2012, o Peru se tornou o país com maior plantação de coca do mundo (60 mil hectares), segundo a ONU. O país até conseguiu reduzir um pouco a área cultivada, mas ainda assim tomou a liderança da Colômbia, que conseguiu reduzir mais. O uso do vegetal como estimulante tem uma longa tradição local (e dentro da lei), mas a grande maioria acaba destinada para a produção de cocaína para exportação.
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10. Peru X Brasil
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10/11 (Roberto Stuckert Filho/PR)
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11/11 (Pedro Felipe/Wikimedia Commons)