Negócios

Ocyan, ex-Odebrecht Óleo e Gás, faz contrato de R$ 900 mi com Petrobras

Empresa vai oferecer serviços de desmontagem submarina de infraestrutura de três navios-plataforma da Petrobras

Plataforma da Ocyan: o serviço prestado vai envolver a retirada dos dutos com embarcações acopladas a guinchos (Ocyan/Divulgação)

Plataforma da Ocyan: o serviço prestado vai envolver a retirada dos dutos com embarcações acopladas a guinchos (Ocyan/Divulgação)

Victor Sena

Victor Sena

Publicado em 24 de março de 2022 às 11h39.

Última atualização em 25 de março de 2022 às 11h53.

Desde que a Justiça permitiu que o braço de óleo e gás da antiga Odebrecht, hoje Novonor, voltasse a negociar com a Petrobras, as notícias têm sido positivas para esta empresa do grupo, hoje batizada de Ocyan. Entre 2014 e 2016 os negócios foram proibidos devido à Operação Lava-Jato, mesmo sem que essa empresa do grupo estivesse envolvida.

Mas eles voltaram a ocorrer em 2018, e, no ano passado, um contrato de dezenas de milhões marcou a reaproximação das empresas no alto mar. Agora, em 2022, a Ocyan vai começar a entrar no setor submarino de descomissionamento. Ou seja, de desmontagem de equipamentos, como dutos de navios e plataformas a caminho de serem aposentados. 

O contrato é considerado um marco para o momento da empresa não só pela entrada numa nova área, mas também pelo valor, que soma R$ 900 milhões.

A Ocyan é responsável por manutenção e operação de navios e plataformas, além do afretamento (espécie de aluguel) daquele de que é proprietária. Hoje são cinco sondas, plataformas que perfuram novos poços de petróleo, e dois navios-plataforma. Neste contrato, o serviço é de desmontagem e estará focado em retirar esses equipamentos submarinhos de três navios da Petrobras.

O serviço prestado pela Ocyan vai envolver a retirada dos dutos com embarcações acopladas a guinchos. Depois será necessário fazer uma limpeza deles de resíduos. Ao todo, são 275 km de dutos, somando 20 mil toneladas de infraestrutura. Depois de limpos e tratados, esse aço e vendido como sucata. 

“Esse contrato representa a retomada da Ocyan neste mercado de descomissionamento. Sempre foi importante para a gente voltar. Existem nichos de mercado e a gente acredita que pode oferecer a melhor alternativa para determinados perfis de cliente, nos nichos de produtores de petróleo independentes e de porte médio", explica o presidente da empresa, Roberto Bischoff.

Os próximos anos devem ser positivos também para a empresa, e para o setor de óleo e gás no Brasil, na visão do presidente. Para Roberto, alguns fatores mostram que o petróleo receberá uma atenção especial.

"Já se começam a ver decisões diferentes de muitas o petroleiras porque se viu que o preço de equilíbrio do petróleo é um pouco maior do que os US$ 60 que antes eram previstos e que isso estava motivando que elas descontinuassem investimentos na produção. Isso então viabiliza mais investimentos. No meio da pandemia, em 2020, tinham pessoas que falavam que a gente já estivesse no pico da demanda de petróleo. Com o atual conflito da Ucrânia e a volatilidade, vimos que o patamar do barril de US$ 80 a US$ 90 é factível", opina.

Neste ano, o Ministério de Minas e Energia prevê que o país aumente sua produção de petróleo em 10%, principalmente devido aos fortes investimentos da Petrobras no pré-sal.

A perspectiva é tão positiva que alguns dos cinco navios e plataformas próprios da Ocyan que tiveram seus contratos de afretamento encerrados no último ano mal ficaram sem uso. Imediatamente, a Ocyan fez o recontrato das plataformas.

Quanto a mais oportunidades de contratos de descomissionamento, a Ocyan prevê uma ou duas concorrências no próximo ano.

Acompanhe tudo sobre:Indústria do petróleoNovonor (ex-Odebrecht)Petróleo

Mais de Negócios

Ele criou um tênis que se calça sozinho. E esta marca tem tudo para ser o novo fenômeno dos calçados

30 franquias baratas a partir de R$ 4.900 com desconto na Black Friday

Ela transformou um podcast sobre namoro em um negócio de R$ 650 milhões

Eles criaram um negócio milionário para médicos que odeiam a burocracia