Funcionários da OAS: a empresa irá apresentar nesses encontros o plano operacional e de venda dos ativos da empresa (Dado Galdieri/Bloomberg)
Da Redação
Publicado em 22 de abril de 2015 às 20h57.
São Paulo - A OAS espera ter pronto dentro de um mês o plano de reestruturação formal, o que se seguirá às conversas desta e da semana que vem com os credores locais e externos, respectivamente.
Diego Barreto, diretor de Desenvolvimento Corporativo da OAS Construtora, afirmou que a empresa irá apresentar nesses encontros o plano operacional e de venda dos ativos da empresa e que, num segundo momento, após retorno dos credores, definir como serão honrados os compromissos com dívida.
De acordo com ele, é preciso que os credores primeiro avaliem e corroborem o plano operacional para este e para os próximos anos. "Estamos apresentando o plano operacional para compartilhar a estratégia que estamos desenhando. A reestruturação da dívida em si é um momento posterior, com um possível haircut (desconto) da dívida", afirmou Barreto.
Fabio Yonamine, diretor de Reestruturação, acrescentou que a empresa quer ouvir dos credores se estão confortáveis com o plano. "A rigor teríamos até o final de maio para fazer isso, mas estamos nos adiantando", disse Yonamine.
A OAS apresentou dívidas de R$ 8 bilhões nas nove empresas que tiveram o pedido de recuperação judicial aprovado. Os maiores credores são os detentores de US$ 1,775 bilhão em bônus emitidos, respondendo por 60% do total da dívida.
Segundo Barreto, 15% da dívida está com bancos, sendo que nenhum deles tem exposição superior a 1% na dívida da OAS. Os 25% restantes estão entre fundos de investimento locais, debêntures e agências de fomento.
O encontro com os credores externos está previsto para dia 27, enquanto com os locais ocorre hoje. Entre os externos estão os fundos Aurelius e Alden Global Capital, que moveram processo nos Estados Unidos contra a empresa.
A OAS paralelamente solicitou a inclusão da companhia na proteção garantida no chamado capitulo 15 da Lei de Falências dos Estados Unidos, de modo que as decisões no âmbito da Justiça brasileira possam ser reconhecidas nos EUA.