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O Walmart e seu superbalanço: mais de US$ 500 bi em vendas

Maior varejista do planeta divulga nesta terça-feira resultados de 2018 em mais uma oportunidade de avaliar a quantas anda a competição com a Amazon

Walmart: Varejista tem mais de 5 mil lojas só nos EUA (Kamil Krzaczynski/Reuters)

Walmart: Varejista tem mais de 5 mil lojas só nos EUA (Kamil Krzaczynski/Reuters)

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Da Redação

Publicado em 19 de fevereiro de 2019 às 06h24.

Última atualização em 19 de fevereiro de 2019 às 10h04.

São Paulo - Maior varejista do planeta, o Walmart informou nesta terça-feira que teve lucro líquido de US$ 3,69 bilhões, ou US$ 1,27 por ação, em seu quarto trimestre fiscal, superior ao de US$ 2,18 bilhões, ou US$ 0,73 por ação, de igual período do ano anterior. O lucro ajustado por ação ficou em US$ 1,41, acima da previsão de US$ 1,33 dos analistas consultados pela FactSet.

A receita da empresa totalizou US$ 138,80 bilhões, acima dos US$ 136,27 bilhões de um ano antes e também superior à expectativa de US$ 138,76 bilhões dos analistas.

As vendas do Walmart em seu e-commerce tiveram crescimento de 43%. As vendas em mesmas lojas nos EUA avançaram 4,2%, também acima da previsão de alta de 3,2% dos analistas. Por outro lado, as vendas em mesmas lojas do Sam’s Club cresceram 3,3%, ante previsão de 3,4%.

O Walmart espera que suas vendas em mesmas lojas nos EUA tenham crescimento de 2,5% a 3,0% no ano fiscal de 2020, com avanço de 1% nas vendas em mesmas lojas do Sam’s Club. Já as vendas no e-commerce teve avançar 35%.

As vendas anuais podem chegar a 519 bilhões de dólares, ante 500 bilhões em 2017. São números consistentes, mas consistentes o suficiente para bater de frente com a Amazon?

Concorrência

O balanço financeiro divulgado hoje pelo varejista é uma oportunidade de ouro para se avaliar como vai, afinal, a competição entre o e-commerce e as lojas de tijolos.

Até pouco tempo, a disputa parecia favas contadas: o ganho de eficiência nas vendas online superava em muito a presença física do varejo tradicional. Já não é bem assim. Mundo afora, alguns dos varejistas online mais bem sucedidos têm uma extensa gama de pontos físicos para agilizar a entrega e permitir a retirada em loja. No Brasil, este é o caso, por exemplo, do Magazine Luiza, cujas ações valorizaram 13 vezes desde o início de 2017.

Para o Walmart, que tem mais de 5.000 lojas apenas nos Estados Unidos, a integração entre os canais é a oportunidade de um contragolpe na Amazon. A varejista de Jeff Bezos dobrou seu valor de mercado no último ano, para 790 bilhões de dólares, e tem investido cada vez mais no varejo tradicional, com mercados e livrarias físicos.

O Walmart investe pesado para tirar a vantagem da Amazon na internet. Em 2018, gastou 20 bilhões de dólares em mais de 12 varejistas digitais e conseguiu assumir a terceira posição no ranking dos maiores varejistas online dos Estados Unidos. Sua aposta mais ousada foi pagar 16 bilhões de dólares na indiana Flipkart, dominango assim um dos mercados prioritários para a Amazon. Mas mudanças nas leis locais têm dificultado as operações a ponto de o banco Morgan Stanley afirmar que o Walmart pode desistir da Índia.

Poderia ser uma deixa para voltar os olhos ao Brasil, um dos mercados em que a Amazon mais tem investido. Por aqui, o Walmart foi comprado em 2018 pelo fundo de investimentos Advent após anos de resultados fracos no país.

Mas é nos Estados Unidos que estão as maiores apostas da companhia. A integração entre os canais físico e online fez seu valor de mercado crescer 50% em dois anos, para 290 bilhões de dólares. A média de estimativas dos 29 analistas que acompanham a empresa é que seu valor de mercado cresça mais 8% até o fim de 2019.

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