Negócios

O unicórnio latino da moda em NY vale R$ 30 bi — e não é o Mercado Livre

A Globant trabalha para clientes como Google, Disney, Santander e JP Morgan e valorizou 1.600% desde o IPO em Nova Yorque, em 2014

Escritório da Globant em Buenos Aires (Globant/Divulgação)

Escritório da Globant em Buenos Aires (Globant/Divulgação)

Mariana Desidério

Mariana Desidério

Publicado em 12 de julho de 2020 às 12h38.

Última atualização em 12 de julho de 2020 às 12h40.

Uma empresa argentina virou assunto em Wall Street, é avaliada em 6,5 bilhões de dólares (mais de 30 bilhões de reais) e não é o Mercado Livre. É a Globant, desenvolvedora de softwares que hoje tem escritórios em 16 países e 12.500 funcionários e é terceira empresa mais valiosa da Argentina, atrás apenas de Mercado Livre e Tenaris.

A companhia nasceu em 2003, fundada por quatro jovens engenheiros. Desde o início, a meta dos fundadores era criar uma empresa global, pouco dependente da complicada economia argentina. Aos poucos, a empresa foi atraindo a atenção de investidores. Nos primeiros anos recebeu aporte do FS Partners, um fundo de investimentos argentino, e do Riverwood Capital.

Em 2006, passou a ser o primeiro provedor externo do Google. Em 2014, abiu capital na bolsa de valores de Nova Yorque, nos Estados Unidos. Uma das estratégias para crescer foram as aquisições. Desde 2003, a Globant comprou 15 empresas.

No IPO em 2014, a ação era negociada a 10 dólares; hoje vale 163 dólares, uma alta de 1.600%. Hoje é estudada em universidades como Harvard, MIT e Stanford.

A Globant trabalha para clientes como Google, Disney, Santander e JP Morgan. Na Disney, é responsável por exemplo pelas pulseiras digitais e pelo aplicativo que dão acesso a atrações nos parques temáticos da gigante do entretenimento. Em 2019, faturou 659 milhões de dólares.

Mercado Livre

A Globant não é a única empresa argentina que vive um ótimo momento. Com as ações listadas na Nasdaq, a principal bolsa de tecnologia do mundo, a plataforma de vendas on-line Mercado Livre atingiu 50 bilhões de dólares de valor de mercado na semana passada – montante é equivalente ao da Magazine Luiza, Via Varejo, B2W e Lojas Americanas juntas.

Se a empresa argentina fosse listada na bolsa de valores brasileira, a B3, seu valor de mercado seria o terceiro maior, perdendo apenas para Vale e Petrobrás, com cerca de 5 bilhões de dólares a mais de valor de mercado.

O patamar dos 50 bilhões de dólares foi atingido pelo Mercado Livre, após suas ações acumularem alta de 75% no ano, passando de 571,94 dólares para pouco mais de 1.000 dólares por papel. Mesmo sendo negociada na bolsa que mais subiu durante a pandemia, a valorização da companhia também deixa para trás o índice Nasdaq, que subiu cerca 16% no ano.

Acompanhe tudo sobre:Unicórnios

Mais de Negócios

Azeite a R$ 9, TV a R$ 550: a lógica dos descontaços do Magalu na Black Friday

20 frases inspiradoras de bilionários que vão mudar sua forma de pensar nos negócios

“Reputação é o que dizem quando você não está na sala”, reflete CEO da FSB Holding

EXAME vence premiação de melhor revista e mantém hegemonia no jornalismo econômico