São Paulo – A América Latina e, principalmente, o Brasil são uns dos principais mercados para o Twitter em termos de usuários. Aumentar o faturamento e influência da região é um dos objetivos da equipe brasileira, que é o centro da operação no continente.
Para isso, o Twitter está buscando novos anunciantes e investindo em publicidade em vídeos. Melhorar a experiência do usuário também está nos planos de Guilherme Ribenboim, vice-presidente para a América Latina.
Ele tem grandes planos para o continente. “Quando você olha para frente, acreditamos que vamos crescer mais de 100% em 2016”, disse, em entrevista à EXAME.com.
Os aumentos na receita podem ajudar a companhia a alcançar lucro. No último trimestre, que terminou em setembro, a empresa apresentou prejuízo de 131 milhões de dólares. O faturamento foi de 569 milhões de dólares, alta de 58% ano a ano e foi, em grande parte, composto por receitas vindas de anunciantes.
O foco na América Latina e Brasil é importante para aumentar as receitas da empresa. Enquanto 78% dos usuários é de fora dos Estados Unidos, apenas 35,87% do faturamento de anúncios vem de outros países.
Confira a entrevista de Ribenboim abaixo.
EXAME.com - Desde o ano passado, o Brasil concentra as operações da América Latina. Qual é a relevância do Brasil e da América Latina para o Twitter?
Guilherme Ribenboim - A nossa operação é robusta. O país está entre os 5 maiores mercados e muitos países do continente estão entre os top 15. É uma das regiões mais importantes para o Twitter como um todo. No Brasil, temos 40,7 milhões de usuários únicos. Na América Latina, são 143 milhões.
[No mundo, são 320 milhões de usuários únicos mensais – os Estados Unidos, o maior mercado, têm 66 milhões de usuários].
Desde o início do ano, o Brasil é o hub da América Latina. Significa que, por aqui, coordenamos os escritórios do México, Argentina, Miami, Colômbia e outros. São 155 funcionários no continente e no ano passado eram só 53. O Brasil tem pouco mais de 100 funcionários.
Quando você compara o 3º trimestre de 2015 da operação brasileira com o ano passado, tivemos um aumento de 45% em anunciantes ativos na plataforma e crescimento de 139% na receita.
EXAME.com - Quais foram os investimentos e lançamentos mais recentes? Quais os planos para o futuro?
Ribenboim - Quando você olha para frente, acreditamos que vamos crescer mais de 100% em 2016 em relação a 2015, principalmente por conta do que estamos lançando.
Nosso investimento mais recente foi em publicidade em vídeo, que é o que mais cresce. Estamos no meio de uma revolução na forma como o consumidor está assistindo vídeo.
De televisão e para o desktop, hoje estão consumindo vídeo em escala no mobile. O celular ou tablete já é responsável por mais de 50% do consumo de vídeos.
No Twitter, estamos bem posicionados nesse sentido – 90% dos usuários são mobile. Por isso, podemos gerar uma cadeia de valor para o anunciante. A empresa tem que impactar o consumidor durante o dia, na televisão, no computador e na fila do banco.
[Anúncios mobile responderam por 86% do total de receitas em anúncios da empresa]
Também temos uma estratégia muito forte de conectar o Twitter com a televisão. Queremos complementar as mídias e ser estratégicos também para o anunciante.
EXAME.com - Como o Twitter planeja se integrar com a televisão, uma mídia tão diferente?
Ribenboim - A produção da TV já integra o Twitter na tela, porque quer gerar conversas, interatividade. Pessoas que assistem aos programas com o Twitter na mão mudam menos de canal. As marcas já entenderam isso, que conseguem gerar mais fidelidade a medida em que conseguem engajar o público.
Também é uma oportunidade para o anunciante. Ele tem uma oportunidade de marcar o espectador na primeira tela, a TV, e continuar a conversa na segunda, em tempo real.
A experiência faz com que o consumidor interaja com a marca, o que leva a mais intenção de compra e conhecimento sobre a marca. É um mecanismo muito poderoso.
EXAME.com - Aproveitando que o Richard Alfonsi, vice-presidente global de vendas esteve recentemente no Brasil, qual é a importância dessa divisão para o Twitter?
Ribenboim - É uma área geradora de receitas, que irá financiar as outras, como de engenharia, customer development, entre outras. Ela está em um momento com um bom crescimento e tem tido bastante investimento por conta disso.
Cerca de 80% dos grandes anunciantes já estão na nossa plataforma. Agora, estamos buscando médios anunciantes e lançamos opções para pequenas empresas.
EXAME.com - O novo presidente-executivo do conselho de administração do Twitter, Omid Kordestani, afirmou que é "intimidante" enviar mensagens na rede social. Como mudar isso?
Ribenboim - Em primeiro lugar, precisamos mudar a percepção que as pessoas têm sobre a empresa. O Twitter não é uma rede social, é uma rede de interesses. As pessoas entrar para buscar algum tipo de conteúdo.
Mas, assim que uma pessoa entra na rede, antes de saber como é a experiência, o Twitter sugere assuntos pelos quais ela pode se interessar. Estamos revendo esse processo, queremos que ela experimente o serviço antes de perguntarmos o que ela quer seguir.
Por isso lançamos o Twitter Moments. É a nossa primeira experiência de curar conteúdo. Uma equipe de jornalistas constrói histórias, com tweets de personalidades, especialistas e veículos da mídia. Assim, o usuário entende o valor do Twitter desde o primeiro momento.
Habilitamos empresas para fazer o mesmo e, até agora, já são 12 parceiros da imprensa.
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1. As 10 empresas mais inteligentes
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1/12 (Getty Images)
O Massachusetts Institute of Technology (ou MIT) divulgou nesta semana
seu ranking anual com as empresas mais inteligentes do ano. E surpresa: Google, Apple, Facebook e Microsoft nem aparecem entre as dez primeiras colocações. As quatro gigantes do ramo da tecnologia ocupam a 12ª, a 16ª, a 29ª e a 48ª posições na lista, respectivamente. Isso mostra que, ao menos na visão de uma das mais importantes instituições do ramo, há outras companhias - inclusive três chinesas - mais inovadoras do que elas. Veja quem são as dez mais:
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2. 1 - Tesla Motors
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2/12 (Getty Images)
O primeiro lugar do ranking fica com uma marca até que bem conhecida. A montadora Tesla Motors, de Elon Musk, fica com o posto graças ao plano de levar uma linha de baterias, similar às dos automóveis, para dentro de casa. O anúncio foi feito pelo próprio Musk em maio deste ano, e as "pilhas residenciais" Powerwall custarão 3 500 dólares. Elas capturam e armazenam até 10 kWh de energia vinda de painéis solares ou turbinas eólicas, e a ideia é que utilizem essa reserva em horários de pico de demanda. É claro que a eletricidade tem outros usos, como em apagões, mas o plano é que as baterias sejam especialmente úteis quando o sistema atual usado nos EUA tiver mais dificuldades para suprir todas as residências. Uma versão maior das Powerwalls, batizada de Powerpack, poderá ser útil em fábricas e armazena até 100 kWh.
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3. 2 - Xiaomi
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3/12 (Getty Images)
Gigante na China e agora se expandindo para o resto do mundo, a empresa que tem o ex-Googler Hugo Barra entre os chefes garante a vice-liderança não só pelos avanços tecnológicos de seus smartphones. Segundo o MIT, a empresa está "amadurecendo e indo além do modelo original de cortar o preço Apple com ideias como vendas-relâmpago realizadas em sua plataforma móvel de mensagens". As medidas têm dado resultado - em especial no país-natal da empresa e na Índia -, e a marca vale hoje 45 bilhões de dólares. Na foto ao lado, aliás, está o CEO Lei Lun.
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4. 3 - Illumina
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4/12 (Reprodução Illumina/Divulgação)
Da área de biotecnologia, a Illumina é atualmente a responsável por máquinas que geram 90% dos dados de DNA. A empresa é especializada no sequenciamento de genomas, e durante 2014 fez mais de 200 mil deles. Mas por que ela ocupa a terceira posição? Basicamente por ter começado a aplicar sua tecnologia em hospitais e clínicas de tratamento contra o câncer, em vez de deixá-la limitada a centros de pesquisa.
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5. 4 - Alibaba
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5/12 (Getty Images)
A empresa de Jack Ma (ao lado) superou a Amazon e todas as outras concorrentes do comércio eletrônico e se tornou a maior do ramo no mundo todo. Hoje, os clientes realizam metade das transações através de sistema de pagamento do próprio Alibaba, o Alipay, e é justamente por isso - e pela abertura de capital muito bem sucedida - que a marca pega a quarta posição.
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6. 5 - Counsyl
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6/12 (Reprodução)
Outra de biotecnologia, a Counsyl fazia sequenciamentos de DNA para que futuros pais pudessem planejar o futuro. Em 2014, porém, começou a disponibilizar testes genéticos para que os clientes descobrissem as chances de ter câncer. Ainda assim, é o "produto" original o de maior importância para a empresa hoje, visto que 3,6% dos casais norte-americanos contratam o serviço antes de tentar ter um filho, de acordo com o MIT.
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7. 6 - SunEdison
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7/12 (Reprodução)
Fundada ao fim da década de 50, a SunEdison, como o nome dá a entender, é especializada em energia solar. No último ano, a empresa começou a expandir com mais força a venda de produtos como painéis e módulos, focando especialmente em países em desenvolvimento - ela está inclusive presente no Brasil, vale dizer. O mercado é grande (são mais de 1 bilhão de potenciais clientes), e explorar fontes renováveis de eletricidade é cada vez mais importante, o que mostra que empresa fez muito bem em expandir.
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8. 7 - Tencent
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8/12 (Getty Images)
Mais uma chinesa, a Tencent já é o maior portal na China, que é só o país com a maior população mundial. Mas não é o suficiente: como ressaltou o MIT, a ideia da marca é expandir, comprando empresas de dentro e de fora do país. Ao menos no ramo de mensagens, o processo tem dado resultado: o WeChat angariou mais de 500 milhões de usuários ativos, embora a maior parte ainda pareça estar na terra natal da companhia. De qualquer forma, são os planos que colocam a Tencent na sétima colocação. Na foto, Hou Xiaonan (gerente geral da Tencent Open Platform), Lu Wei (secretário geral da sociedade da internet na China), Ren Yuxin (COO da Tencent) e Lin Songtao (VP do grupo de negócios mobile da Tencent).
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9. 8 - Juno Therapeutics
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9/12 (Reprodução)
Os destaques do ranking do MIT neste ano foram as empresas de biotecnologia, e a Juno Therapeutics é a terceira a figurar entre as 10 primeiras colocadas. A startup levantou mais de 300 milhões de dólares em investimentos só entre sua criação, em novembro de 2013, e maio de 2014. Por quê? Basicamente por sua proposta, que envolve reformular geneticamente os glóbulos brancos de um paciente para que eles combatam as células cancerígenas de um tumor. Os testes já acontecem há meses, e em abril deste ano apresentavam resultados otimistas no tratamento de crianças com leucemia.
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10. 9 - SolarCity
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10/12 (Reprodução)
A fabricante de painéis solares planeja construir a maior fábrica de aparelhos do tipo em todo o ocidente - e com a ajuda dela, ampliar o leque de 177 mil clientes que possui hoje. O gênio Elon Musk é o principal acionista da empresa, e só neste ano a marca recebeu 300 milhões de dólares do Google como parte de um investimento para estimular a adoção de fontes de energia renovável nos EUA. E não foi a primeira vez que a companhia responsável pelo Android colocou dinheiro na marca: em 2011, foram outros 280 milhões de dólares. Como grande diferencial, a SolarCity tem seu plano de oferecer painéis solares para alugar. Pela ideia, a empresa cobre os custos de compra e instalação dos produtos, e os clientes só pagam pelo serviço quando estiverem usando.
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11. 10 - Netflix
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11/12 (Getty Images)
Mais conhecida fora dos EUA, a Netflix garantiu o lugar no top 10 por investir fortemente na produção de conteúdo original. Entre as séries próprias, já temos Demolidor, House of Cards e Orange is the New Black, por exemplo, que colocaram a empresa em pé de igualdade com outros grandes estúdios e emissoras - inclusive em indicações no Emmy. Só em 2014, foram 31 delas, o que coloca a empresa na frente da AMC (de The Walking Dead e Mad Men) e do FX (de Fargo e American Horror Story). Ainda falta chão para superar a HBO, que teve 99 indicações no mesmo ano, mas a marca está no caminho.
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12. E as outras gigantes?
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12/12 (Getty Images)
Depois de ocupar a terceira posição do mesmo ranking em 2014, o Google "perdeu gás", mas ainda conseguiu a 12ª colocação neste ano graças ao projeto Loon, de balões que levam internet ao mundo. A Apple, por sua vez, só tem o que comemorar, já que ocupa o 16º lugar de uma lista da qual ficou de fora no ano passado. Os motivos? Watch e Apple Pay. O mesmo vale para o Facebook (29º) e para a Microsoft (48º). A rede social ganhou o posto graças às melhorias que fez nos apps e aos acordos fechados com grandes editoras. Já a desenvolvedora do Windows pegou a vaga graças aos HoloLens.