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O reinado da Netflix está perto do fim?

Pioneira do streaming, com quase 150 milhões de assinantes pelo mundo, divulga resultado trimestral nesta terça-feira

Seriado "La Casa de Papel", da Netflix: pioneira no streaming investirá 10 bilhões de dólares na produção de conteúdo próprio (Netflix/Divulgação)

Seriado "La Casa de Papel", da Netflix: pioneira no streaming investirá 10 bilhões de dólares na produção de conteúdo próprio (Netflix/Divulgação)

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Da Redação

Publicado em 16 de abril de 2019 às 06h10.

Última atualização em 16 de abril de 2019 às 06h29.

Precisando provar aos investidores que conseguirá se manter relevante em meio à concorrência que só cresce, a empresa de streaming Netflix divulga nesta terça-feira, 15, seus resultados do primeiro trimestre.

Presente em mais de 190 países e valendo 152 bilhões de dólares na bolsa, a expectativa é que a empresa reporte faturamento na casa dos 4,5 bilhões de dólares no trimestre, crescimento de pouco mais de 20% em relação ao mesmo período do ano passado. A empresa também deve anunciar cerca de 9 milhões de novos usuários, que se somarão aos mais de 140 milhões de assinantes pelo mundo.

Os resultados são bons, mas os investidores estarão mesmo de olho no futuro. A concorrente Disney anunciou na semana passada os preços de seu novo serviço de streaming, que será o mais barato em operação nos Estados Unidos. O movimento fez as ações da Netflix caírem 4% na sexta-feira, com perda de seis bilhões de dólares em valor de mercado. A Disney fechou um acordo de 71,3 bilhões de dólares para comprar a 21st Century Fox, e terá em seu catálogo, além dos tradicionais filmes de princesas e animações da Pixar, sucessos como “Star Wars” e a animação “Os Simpsons”.

E a empresa do Mickey Mouse não é a única concorrente. A Apple, que vê as vendas de celulares iPhone em queda, anunciou em março que também terá um serviço de streaming próprio, com orçamento de 1 bilhão de dólares para a produção de conteúdo. Já a compra da empresa de telecomunicações AT&T pela Warner também fará o serviço de streaming da companhia, o HBO Go, contar com conteúdo de sobra de séries como “Game of Thrones” (cuja última temporada começou neste domingo), “Friends” e a franquia “Harry Potter”.

Nessa guerra, a Netflix tem na manga o fato de ter sido pioneira no serviço de streaming, que começou a vender em 2010, além de ser dona de conteúdo original de sucesso, em séries como “House of Cards”. O problema é que parte do sucesso da empresa está em oferecer em seu catálogo conteúdo de terceiros — terceiros que, agora, não estarão mais dispostos a vender seus seriados, colocando-os nas próprias plataformas. Para 2019, a Netflix anunciou que vai investir 10 bilhões de dólares na produção de conteúdo próprio.

Com a concorrência cada vez mais acirrada, a vida vai ficando cada vez mais cara para a Netflix. O peso deste investimento crescente no balanço deve ficar mais claro nesta terça-feira.

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