Pão de Açúcar: “Os resultados atingidos agora são muito bons em um ano que todo mundo fala que está ruim”, disse Hugo Bethlem vice-presidente de relações corporativas do grupo (Vanderlei Almeida/AFP)
Da Redação
Publicado em 4 de janeiro de 2012 às 11h20.
São Paulo - No terceiro trimestre, um tema presente em alguns balanços foi o desaquecimento das vendas. Para algumas empresas o ano todo está pior que 2010. Outras destacaram o período após o dia dos pais como o mais crítico.
Apesar de o Magazine Luiza não ter citado o desaquecimento em seu último balanço entre as causas para a queda no lucro, a diretora-presidente da rede de lojas Magazine Luiza, Luiza Helena Trajano, afirmou recentemente que o setor varejista "não esta mais tão aquecido" quanto antes, na comparação com a performance de vendas que vinha ocorrendo até o início deste ano.
Veja quatro exemplos de empresas que sofreram com o desaquecimento do mercado interno no terceiro trimestre:
1) Pão de Açúcar e o ano “que todo mundo fala que está ruim”
Os resultados de vendas apresentados pelo Grupo Pão de Açúcar no terceiro trimestre indicam crescimento em relação ao mesmo período do ano passado. Mas o crescimento foi menor que o daquele trimestre. Enquanto as vendas líquidas no terceiro trimestre foram 10,6% superiores às do mesmo período de 2010, no ano anterior, o crescimento havia sido de 16,6% em relação ao terceiro trimestre de 2009.
“Os resultados atingidos agora são muito bons em um ano que todo mundo fala que está ruim”, disse Hugo Bethlem vice-presidente de relações corporativas da varejista na época da divulgação dos números. Para ele, o ano de 2011 tem se mostrado mais difícil, enquanto 2010 foi “fora da curva e excepcional”.
2) Renner e o susto do mercado
Quando foram divulgados, os resultados da Lojas Renner assustaram os investidores. A apreensão sobre o aumento das perdas com o crédito ao consumidor e a desaceleração nas vendas levou as ações a uma queda de quase 9%.
As vendas no conceito “mesmas lojas” (abertas há no mínimo 12 meses) cresceram 3,8% em relação ao terceiro trimestre de 2010. Isso indica uma desaceleração, uma vez que, um ano antes, o avanço havia sido de 10,5%. Para a empresa, o resultado indica menor grau de confiança dos consumidores.
3) Riachuelo e o pós Dia-dos-Pais
Para a Guararapes, dona da Riachuelo, a performance de vendas relativa ao terceiro trimestre enfrentou dois momentos distintos: Antes do Dia-dos-Pais, com aceleração no ritmo de vendas, e a partir da segunda quinzena de agosto, quando “o cenário se tornou mais desafiador, com maior dificuldade de atração de fluxo e de conversão em vendas”, segundo balanço da empresa.
A receita líquida de mercadorias totalizou 581,8 milhões de reais no trimestre, 12,1% superior ao registrado no mesmo período do ano anterior. No critério “mesmas lojas”, o crescimento alcançou 3,8%. No terceiro trimestre, o lucro líquido da Guararapes foi de 58,4 milhões de reais – uma queda de 8,8% em relação ao mesmo período de 2010.
4) Positivo também lamenta período pós Dias-dos-Pais
A Positivo também afirmou em seu balanço que sentiu a desaceleração de vendas do trimestre. A receita líquida de julho a setembro foi de 489,1 milhões de reais, queda de 21,3% sobre igual período de 2010.
As vendas aceleraram com o Dia-dos-Pais, segundo a empresa. Mas ela não foi suficiente para evitar a desaceleração no segmento no período. A partir de outubro o varejo brasileiro mostrou novos sinais de recuperação, impulsionado pela esperada sazonalidade de final de ano, segundo a Positivo.
No trimestre, a empresa registrou um lucro líquido ajustado de 3,2 milhões de reais – o que indica uma queda de 79,3% em relação ao mesmo período de 2010. Segundo o balanço trimestral da companhia, o lucro foi ajustado pela subvenção para investimentos.