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Fintech britânica chega ao Brasil com R$ 40 milhões para replicar sucesso do Pix pelo mundo

Presente em 80 países, a Due chega com um aporte de US$ 7,3 milhões e o objetivo de facilitar as transferências internacionais

Pix pelo mundo: transferências internacionais podem ser facilitadas através de stablecoins

Pix pelo mundo: transferências internacionais podem ser facilitadas através de stablecoins

Laura Pancini
Laura Pancini

Repórter

Publicado em 6 de agosto de 2025 às 09h26.

Última atualização em 6 de agosto de 2025 às 11h43.

Uma fintech britânica que desenvolve sistemas de pagamentos acaba de lançar a operação no Brasil e quer que o país vire um dos principais mercados estratégicos da empresa, ao lado de México e Estados Unidos.

A startup se chama Due e já está presente em mais de 80 países, com escritórios em Madri, Varsóvia, Nova York, Lagos, Londres, Cidade do México e agora, São Paulo. Fundada por um ex-Revolut, uma das principais fintechs de serviços bancários no mundo, a Due quer que as transferências internacionais se tornem tão simples quanto um Pix.

A fintech acaba de captar US$ 7,3 milhões em uma rodada seed (cerca de R$ 40 milhões na cotação atual) e já chega em solo brasileiro com integração ao sistema Pix. O novo aporte será usado para expandir a cobertura global, lançar uma API proprietária (tecnologia que, resumidamente, coloca um aplicativo 'dentro' do outro) para estabelecer parcerias com bancos, fintechs, plataformas de câmbio, pequenos negócios e pessoas físicas.

Hoje, a Due já atende mais de 500 empresas e é parceira da Coinbase, maior plataforma de criptomoedas do mundo. Sediada em Londres, a fintech abriu as portas oficialmente em 2022 e tem Robert Sargsian e Alex Popov como fundadores.

Como funciona a Due?

  • A Due visa facilitar a movimentação de dinheiro entre países, utilizando stablecoins – moedas digitais atreladas a ativos como o dólar ou o euro;
  • Em vez de depender de métodos tradicionais, que podem ser lentos e caros, a fintech possibilita que o usuário faça transferências internacionais com custos a partir de 0,2% e liquidação quase instantânea;
  • O processo começa com o envio de um Pix para a conta da Due, que automaticamente converte o valor em real para stablecoins;
  • A partir daí, o saldo pode ser enviado para mais de 80 países, com a vantagem de ter custos de câmbio significativamente mais baixos.

O que são stablecoins?

Stablecoins são moedas digitais, como o bitcoin, mas com uma diferença importante: elas têm o valor atrelado a algo estável, como o dólar ou o euro.

Isso significa que, ao contrário do bitcoin, que pode ter o valor muito alterado de um dia para o outro, as stablecoins não sofrem grandes variações.

Como o valor delas é estável, fica mais fácil e barato enviar dinheiro para outros países, sem perder tempo e pagando menos taxas do que em métodos tradicionais, como bancos e plataformas de câmbio.

Por que o Brasil agora?

A Due espera oferecer uma alternativa acessível para consumidores e empresas brasileiras que, apesar de ter um dos sistemas de pagamento mais avançados do mundo, ainda engatinha quando o assunto é transferência internacional.

A chegada da Due ao Brasil faz parte de uma estratégia global mais ampla, que inclui expansão para outros mercados emergentes, como o México, onde a empresa já está em operação desde o final de 2024.

"A vantagem do Brasil é que temos uma população com um alto grau de engajamento digital, já acostumada com transferências instantâneas. Isso cria uma oportunidade perfeita para que ferramentas como a nossa encontrem espaço e cresçam rapidamente", explica Gustavo Marcondes, country manager da Due no Brasil.

A meta para 2026 é alcançar mais 40 países, totalizando 120.

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