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O que os anos de Angela Ahrendts na Burberry trarão à Apple

Angela fez a Burberry renascer das cinzas, quando era presidente; agora, seu desafio é impulsionar a Apple no varejo

Angela Ahrendts: após oito anos no comando da grife inglesa Burberry, Angela, agora, terá como desafio impulsionar varejo da Apple  (salesforce.com/ Creative Commons)

Angela Ahrendts: após oito anos no comando da grife inglesa Burberry, Angela, agora, terá como desafio impulsionar varejo da Apple (salesforce.com/ Creative Commons)

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Da Redação

Publicado em 15 de outubro de 2013 às 16h17.

São Paulo – O anúncio da ida de Angela Ahrendts, presidente-executiva da grife de luxo inglesa Burberry, para a Apple gerou muita curiosidade, já que a executiva atuou apenas em empresas do ramo da moda.

No entanto, se ela aplicar na Apple todo o conhecimento que usou na Burberry, a empresa co-fundada por Steve Jobs tende a se fortalecer no varejo.

Em 2005, quando ocupava o cargo de vice-presidente executiva da marca Liz Claiborne, Angela recebeu um convite de Rose Marie Bravo e Christopher Bailey para ir para a Burberry. Após negociações, a executiva aceitou o desafio - que não foi nada fácil.

Apenas em um ano no comando da empresa, ela reestruturou diversas áreas: demitiu toda a equipe de design de Hong Kong; fechou fábricas em New Jersey e no Vale do Rhondda, no sul do País de Gales e centralizou a produção em Castleford, West Yorkshire. E não parou por aí.

Na época em que assumiu a frente da grife britânica, a empresa passava por um momento de crise e a imagem da marca estava muito deteriorada e vinculada a exposições negativas.

Para reverter esse quadro, Angela recomprou 23 licenças que a grife tinha vendido para outras empresas. Na época, em entrevistas, a executiva chegou a afirmar que no primeiro ano ela sentiu como se tivesse comprando a marca de volta para a Burberry.

Além disso, investiu em publicidade e em estrelas mundiais, como Emma Watson e Kate Moss, para renovar o nome da marca.


O retorno foi positivo e, nos oito anos em que esteve à frente da grife, ela voltou a ser consagrada no mundo do luxo e a crescer. No primeiro trimestre de 2013, a marca registrou receita de 339 milhões de euros, com aumento de 18%.

Um desafio chamado Apple

Em entrevista ao The Wall Street Journal, em 2010, Angela expressou sua admiração pela fabricante do iPhone. “Se for para eu olhar para alguma empresa como modelo, essa empresa é a Apple”, afirmou. “Eles são uma brilhante empresa de design, que trabalha para criar um estilo de vida, e é dessa maneira que eu nos vejo”.

Agora, ela chega à empresa americana de produtos eletrônicos para atuar no cargo recém-criado de vice-presidente sênior de varejo e lojas on-line.

A executiva terá a supervisão da direção estratégica, expansão e operação das lojas da multinacional americana, que redefiniu a experiência de compras para os milhares de consumidores no mundo inteiro.

O objetivo da Apple, além de investir no varejo, é que Angela contribua para definir o padrão de atendimento ao cliente com características inovadoras e treine os funcionários para que os clientes usufruam da melhor maneira possível os produtos oferecidos pela empresa.

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