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Da Redação
Publicado em 9 de outubro de 2008 às 09h27.
O novo CEO | |
Nos últimos anos, a vida de um presidente de empresa tem se tornado mais complicada, como mostra o quadro abaixo | |
Como era antes | O que é exigido agora |
O CEO tinha de se preocupar basicamente com os donos das empresas | Com a explosão da bolsa de valores e a onda de abertura de capital, o CEO tem de se preocupar também com investidores nacionais e estrangeiros, cujos interesses nem sempre estão alinhados |
O presidente tinha de se preocupar somente com o mercado interno. As maiores exigências se davam com relação a números e balanços | O CEO tem de estar preocupado com players internacionais. Além disso, a internacionalização das companhias tem exigido presidentes que saibam se adaptar a outras culturas |
A principal atribuição do presidente era com os números da companhia. Ele devia preocupar-se majoritariamente com a geração de lucros para satisfazer investidores e acionistas. | Além de gerar lucro por trimestre, o CEO tem que zelar pela sustentabilidade. A companhia deve ter uma estratégia de sobrevivência de longo prazo. Isso normalmente se dá com aumento da transparência e preocupação com o meio ambiente |
As companhias mais prestigiosas eram as grandes empresas. Ser o CEO de uma empresa gigante em receita significava melhor benefício de escala, custos menores e, com isso, domínio no setor | Ser grande não basta. O surgimento de novas empresas mais inovadoras tem tirado a dominância de mercado dessas empresas. O CEO tem de estar pronto para comandar processos de inovação dentro de empresas grandes, normalmente mais lentas. |
O importante era ser o número 1 do mercado, não importando a que custo. Na maior parte dos casos, as margens eram sacrificadas. | Aumentou a pressão por margens maiores. O CEO tem de estar atento a novos nichos de mercado, capazes de gerar lucros maiores para a companhia. |
Contratar um CEO era apenas uma questão de salário. Dava-se preferência a medalhões, normalmente tidos como capazes de gerar valor para a companhia | O CEO tem de estar alinhado à cultura da empresa. Muitas vezes eles são encontrados dentro da própria companhia |
Cara a cara com o dono |
O que o candidato à presidência de uma empresa deve ou não fazer durante a entrevista |
O que fazer |
Informe-se sobre a empresa É imprescindível conhecer a cultura da companhia, quem são seus principais executivos e qual tem sido o foco do negócio. Não adianta falar em inovação numa empresa historicamente centrada no corte de custos |
Seja conciso nas apresentações Procure mostrar que você entende do negócio por meio de idéias claras e objetivas. Não há necessidade de tecer uma tese sobre um determinado assunto. Apresentações em power point são dispensáveis |
Utilize exemplos práticos Na hora de propor soluções ou sugerir novas idéias, faça-o por meio de números, e não apenas conceitos. Sempre que possível, mostre como essa idéia funcionou sob seu comando em outra empresa |
Não ceda a provocações É comum que, no caso de Conselhos de Administração, alguns membros teçam comentários ácidos a respeito da sua carreira, sobretudo com relação a estratégias que não deram certo no passado. Procure manter a calma |
Demonstre interesse por novos desafios Candidatos que se mostram motivados por superar obstáculos geralmente causam uma boa impressão. Procure deixar claro o quanto fazer a empresa dar certo pode acrescentar à sua carreira |
Pecados mortais |
Falar mal da atual empresa Colocar a culpa na companhia ou nos colegas por estratégias mal-sucedidas ou mal-implementadas é encarado como sinal de fraqueza. Reconhecer os próprios erros passa uma impressão de maturidade |
Discorrer sobre si mesmo O dono da companhia (ou presidente do conselho) já dispõe de um currículo com as principais informações a seu respeito. Insistir na própria experiência pode passar uma impressão de arrogância |
Criticar a gestão da companhia Não se esqueça de que você tem diante de si pessoas que, durante anos, foram responsáveis pelas atuais estratégias da empresa. Criticá-las pode soar como um ataque pessoal |
Discutir remuneração Donos e conselheiros partem do pressuposto de que o candidato acertou com a empresa de recrutamento as condições envolvendo salário, bônus e opções de ações. Nenhum deles vai alterar as condições do contrato |
Estabelecer um prazo de saída Espera-se que o candidato demonstre um comprometimento de longo prazo com a companhia - ainda que ele pretenda mudar de empresa em 3 ou 4 anos |