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O que esperar da BRF nas mãos de Abilio Diniz no conselho

Empresário poderia facilitar a prática do plano de internacionalizar a operação e criar novas unidades de negócios na companhia


	Diniz: empresáro pode assumir o conselho de administração da BRF amanhã
 (Raul Junior/EXAME.com)

Diniz: empresáro pode assumir o conselho de administração da BRF amanhã (Raul Junior/EXAME.com)

Tatiana Vaz

Tatiana Vaz

Publicado em 8 de abril de 2013 às 16h27.

São Paulo – Amanhã, dia 9, está marcada a reunião que definirá o novo presidente do conselho de administração da BRF. E a entrada de Abilio Diniz no cargo é quase certa, com os votos da gestora de fundos Tarpon, Previ e de parte dos acionistas estrangeiros da empresa (a empresa ISS de representação de votos indicou a aprovação do empresário). Mas o que se pode esperar do controle da empresa de alimentos nas mãos de Abilio?

A expectativa mais imediata tem relação com a confiança dos acionistas na administração do bilionário brasileiro – aliada ao espaço de crescimento da companhia no setor em que atua. Tido como uma pessoa de estratégia e ótimo relacionamento no mercado, Abilio poderia facilitar (e muito) a relação da empresa com os atuais e novos clientes e fornecedores, aponta um analista de mercado.

“Como Abilio estava na outra ponta, como cliente, ele sabe onde a BRF peca ou não em suas operações e pode ajudar a direcionar os esforços nas melhorias urgentes”, afirma o analista, que pediu para não ser identificado.

Outro ponto seria com relação à maneira como a BRF opera seus negócios dentro e fora do país. O plano da empresa de minimizar os impactos de custos para botar em prática o termo de compromisso de desempenho junto ao Cade foi colocado em prática no ano passado. O desafio agora é fazer com que as mudanças tragam retornos a curto e longo prazo.

Casa arrumada

Apenas em 2012, a companhia teve de entregar oito centros de distribuição, fazer 40 intervenções em marcas e unidades e construir seis novos centros de distribuição para se adequar aos termos. Iniciativas imprescindíveis, mas custosas, cujos impactos foram em parte compensados com 82 lançamentos de produtos e o reposicionamento da marca.

Para este ano, uma das missões é a de criar novos modelos de negócios com oferta de serviços diferentes e competitivos no segmento, além de reduzir os custos gerados a partir da implantação dos termos do Cade. Uma estratégia que poderia ser traçada por Abilio com certa facilidade, já que ele tem conhecimento alicerçado em logística, fornecimento e varejo.

Outra questão seria a da internacionalização da BRF. Hoje, 42% do faturamento líquido da empresa vêm de vendas para o exterior. Mas a decisão da empresa operar lá fora será posta em prática a partir deste ano.

“A intenção é, não apenas vender para clientes fora do país, mas estabelecer um CNPJ local e distribuir com nome da BRF em outros países”, comenta o analista especializado no setor. Uma iniciativa que será feita pela empresa com ou sem Abilio – mas que também deve ser beneficiada com os contatos de varejo do empresário no exterior.


Dia seguinte

Assumir o conselho de administração da BRF, apesar de apontada como legal pela BM&F Bovespa, pode tornar a relação do empresário com seu sócio francês no Pão de Açúcar ainda mais delicada e o Casino poderia adotar duas alternativas: a abertura de um novo processo de arbitragem contra Abilio ou a pressão para a sua destituição do conselho do grupo.

O Casino já havia se posicionado sobre a indicação como um ato que geraria conflito de interesses, por Abilio estar no conselho do grupo, responsável por cerca de 3% do faturamento da BRF. Por outro lado, o empresário argumenta que o próprio Casino está na posição de fornecedor e acionista e que teria direito vitalício ao cargo, conforme acordo de acionistas.

 

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