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O que as empresas mais temem (e querem) em 2017

Segundo pesquisa, os comandantes das companhias do país estão mais confiantes na economia, mas cenário geral ainda é nebuloso. Veja o que eles mais temem

Inflação (Arquivo)

Inflação (Arquivo)

Luísa Melo

Luísa Melo

Publicado em 25 de outubro de 2016 às 06h00.

Última atualização em 26 de outubro de 2016 às 14h46.

São Paulo - Os comandantes das empresas do país estão voltando a acreditar na economia. Atualmente, mais da metade deles (55,4%) está "levemente otimista" para o próximo ano. Em março, o humor que dominava era o de "levemente pessimista", com 45,6% de representatividade.

Os números são de uma pesquisa que ouviu 178 líderes empresariais, entre presidentes e diretores dos departamentos de marketing, comercial e RH.

O estudo foi elaborado pela AAPSA (Associação Paulista de Recursos Humanos e de Gestores de Pessoas), em parceria com as consultorias PwC e Allied Minds. Ele foi concluído em setembro, mas só agora teve os resultados divulgados.

Apesar da melhora na confiança, o cenário geral ainda é nebuloso e há muitos fatores que os executivos temem.

Entre os pontos que mais assustam está a corrupção. Dos ouvidos, 47% acreditam que ela provocará um impacto negativo ou muito negativo nos negócios em 2017.

A inflação é outra preocupação. Enquanto 34% dos líderes creem em um efeito negativo ou muito negativo da alta generalizada de preços, outros 29% enxergam um pequeno impacto ruim. Na outra ponta, 31% pensam que a inflação trará efeitos positivos no próximo ano.

O nível de emprego inquieta na mesma proporção: 34% acreditam que ele terá efeitos ruins ou muito ruins. Já 20% estão otimistas quanto a este assunto.

A variação cambial também é temida por 24% dos respondentes.

E o consumo?

Os executivos participantes do estudo não estão tranquilos quanto a uma retomada do poder aquisitivo dos consumidores. Enquanto 28% deles acham que o ponto terá influências ruins nos negócios em 2017, 17% enxergam o assunto com otimismo.

Na mesma linha, o acesso ao crédito preocupa. Ele é apontado como um tema que terá impactos negativos nas empresas por 23% dos ouvidos, contra 14% que veem uma influência positiva.

Reformas

Aqueles que estão no topo das companhias brasileiras apostam na reforma trabalhista: 27% vislumbram efeitos positivos ou muito positivos da medida no próximo ano, enquanto 30% esperam consequências pouco positivas.
Outros 9% acham que a influência será negativa ou muito negativa, junto com 17% que enxergam impactos pouco negativos.

Eles também confiam na reestruturação da Previdência, mas com menos força: 19% esperam resultados positivos ou muito positivos, e 16%, pouco positivos. Do outro lado, 9% enxergam uma influência negativa da reforma, junto com 13% que acreditam que ela será pouco negativa.

Apesar disso, no geral, os executivos não se convenceram de que o governo conseguirá promover um ajuste econômico fiscal eficiente.

A maioria (26%) espera efeitos negativos ou muito negativos das mudanças nesse sentido e 25% acreditam em impactos pouco negativos. No time dos otimistas, 22% preveem resultados positivos ou muito positivos dos ajustes e 20%, pouco positivos.

Outro impeachment?

Boa parte dos entrevistados (31%) está certa de que a crise política continuará em 2017. Outros 42% creem em uma manutenção parcial do problema.

Apesar disso, 53% duvidam da possibilidade de haver uma nova ruptura institucional no ano que vem.

Do lado de dentro

Olhando para dentro dos negócios, 47% dos executivos acreditam que seu segmento deve apresentar algum crescimento no próximo ano. Para 2018, a parcela dos confiantes é de 74% e, para 2019, de 86%.

Os otimistas são, principalmente, representantes dos setores de energia elétrica e agropecuária.

Já entre os pessimistas, 27% acham que terão alguma retração em 2017. Para 2018, a parcela é de 11% e, para 2019, de 4%.

Eles são representantes, principalmente, de instituições financeiras.

No próximo ano, os presidentes de empresa estarão focados especialmente nas vendas, em ofertas novos produtos e serviços e em cuidar do fluxo de caixa e de novos mercados.

Para atrair e engajar as pessoas certas, eles estão apostando em uma gestão eficaz de desempenho, estabelecendo uma cultura e comportamentos no local de trabalho e focando nas habilidades e capacidade de adaptação dos funcionários.

Entre os pontos que, na visão deles, ameaçam o crescimento de seus negócios, estão principalmente o aumento da carga fiscal, a resposta do governo ao déficit fiscal e ao peso da dívida, a falta de confiança nos negócios e a instabilidade social.

Do outro lado, os líderes pensam que um sistema de impostos claramente compreensível e estável; uma força de trabalho habilidosa, educada e adaptável e uma infraestrutura física e digital adequada são os principais motores para fazer a sociedade avançar.

Perfil das empresas

Os executivos que participaram da pesquisa comandam empresas nacionais (63%), com uma equipe de 100 a 499 funcionários no caso de indústria e de 50 a 99 funcionários no caso de serviços (52% do total) e que faturam de 16,1 milhões de reais a 90 milhões de reais (30%).

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