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O que a Brasil Foods vai fazer com seu negócio na Argentina?

Troca de ativos com a Marfrig e aquisição de outras duas companhias na Argentina vão render à BRF faturamento anual de US$ 500 milhões

José Antônio do Prado Fay, presidente da Brasil Foods: negócio na Argentina é muito importante (Raul Júnior/VOCÊ S.A.)

José Antônio do Prado Fay, presidente da Brasil Foods: negócio na Argentina é muito importante (Raul Júnior/VOCÊ S.A.)

Daniela Barbosa

Daniela Barbosa

Publicado em 4 de janeiro de 2012 às 15h41.

São Paulo – Na semana passada, a Brasil Foods (BRF) anunciou acordo com a Marfrig para troca de ativos.  No contrato firmando entre elas, a dona da Sadia e Perdigão vai ficar com a principal marca de hambúrguer argentina, a Paty, com mais de 50% de participação no mercado argentino.  Com o negócio, o país vizinho se tornará o terceiro principal mercado internacional da BRF, atrás somente do oriente Médio e Europa, e com grande potencial para crescer daqui para frente.

Segundo José Antonio Fay, presidente da companhia, o modelo de negócio na Argentina deve seguir o exemplo do Brasil, ou seja, com marcas relevantes e de preferência líderes de mercado. “Trata-se de uma operação muito importante e que seguirá um sistema similar ao que a gente tem por aqui”, afirmou o executivo, nesta terça-feira, em almoço com a imprensa.

Recentemente, a BRF anunciou a aquisição de participação em duas companhias no mercado argentino, a Avex, uma das principais produtoras e exportadoras de frangos, e a Dánica, que produz margarinas, maioneses e molhos.  No total, são quatro operações que a BRF possui no mercado argentino e todas devem se unir para dar origem à BRF Argentina.

“Com o tempo, nossos negócios na Argentina devem ter maior participação no comércio global de frango. Hoje, o que é produzido no país atende basicamente o mercado interno. Nosso negócio lá tem grande potencial de expandir”, afirmou Fay. A operação da BRF na Argentina deve gerar receita de aproximadamente 500 milhões de dólares anualmente.

Futuro

Com relação a novas aquisições naquele país, a BRF não descarta a possibilidade de comprar outras companhias para expandir suas operações, “Mas, no momento, não há nada sendo negociado. Queremos organizar nossos negócios primeiro”, disse Antonio Augusto de Toni, vice-presidente de operações externas da Brasil Foods.


A troca de ativos com a Marfrig para ser concluída precisa passar pelo aval do Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade). Segundo Fay, até fevereiro do próximo ano deve sair a aprovação da operação. “Depois disso, virá a parte mais complexa do negócio, que é a troca dos ativos na prática. Toda a operação deve ser concluída no final do primeiro semestre de 2012”, disse o executivo.

Além da Paty, a BRF receberá as unidades de processamento, todas as marcas e patentes, as granjas de suínos e propriedade rural, as operações da marca no Uruguai e Chile e o pagamento adicional de 200 milhões de reais da Marfrig.

Já a Marfrig ficará com a Doriana e a Rezende, marcas que precisam ser alienadas pela BRF, apesar de serem as principais de seu portfólio depois de Perdigão e Sadia

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