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O negócio dele resolve problemões na saúde e, de quebra, fatura milhões

Com sede em Florianópolis, a startup ajuda operadoras de saúde com organização de dados, relatórios e indicadores regulatórios

Flávio Exterkoetter, da Blendus: “Nosso foco é expandir sem abrir mão da qualidade" (Blendus/Divulgação)

Flávio Exterkoetter, da Blendus: “Nosso foco é expandir sem abrir mão da qualidade" (Blendus/Divulgação)

Daniel Giussani
Daniel Giussani

Repórter de Negócios

Publicado em 13 de dezembro de 2024 às 14h50.

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Gerenciar planos de saúde no Brasil não é tarefa fácil.

A Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS), felizmente, não dá trégua e exige que as operadoras estejam com tudo nos conformes: dados organizados, relatórios entregues e indicadores regulatórios tinindo.

É nesse cenário cheio de regras e siglas que a startup catarinense Blendus encontrou espaço para crescer.

Com sede em Florianópolis, a startup ajuda operadoras de saúde a fazer o dever de casa. Criada em 2018, a Blendus organiza dados e ajuda operadoras a melhorarem seus índices de desempenho.

Em 2023, faturou 3,9 milhões de reais, um salto de 63% comparado ao ano anterior. Essa arrancada colocou a Blendus na 30ª posição do ranking EXAME Negócios em Expansão, na categoria de 2 a 5 milhões de reais.

Como nasceu a Blendus

A Blendus é obra de Flávio Exterkoetter, médico e mestre em Ciência da Computação.

Ele trabalhou duas décadas no setor de saúde e, no meio do caminho, decidiu fazer medicina. Mas, ao invés de atender pacientes, viu uma oportunidade de usar a tecnologia para ajudar as operadoras a gerenciar dados melhor.

“Durante a faculdade, desenvolvi um sistema para corrigir e qualificar os dados enviados para a ANS", diz Flávio. "Quando as operadoras começaram a usar, os resultados foram impressionantes”.

A Blendus cresceu rápido. Em 2018, duas operadoras clientes da empresa conquistaram as melhores notas no IDSS, graças às correções feitas pela startup. Isso chamou atenção do mercado e a base de clientes não parou de crescer. Em 2020, a empresa ajustou o modelo de negócio para escalar ainda mais, combinando o software com consultoria para ensinar as operadoras a entenderem seus próprios dados.

“Foi ali que começamos a decolar. Hoje atendemos mais de 100 operadoras, mas mantemos o foco: entregar qualidade e previsibilidade nos resultados”, afirma Flávio.

O que faz a Blendus crescer

O crescimento da Blendus é simples: ela resolve um problemão. Os dados que as operadoras de saúde mandam para a ANS precisam estar organizados e corretos.

Qualquer erro pode custar caro, em multas ou em reputação. O principal produto da Blendus é o Gestor IDSS, um software que ajuda as operadoras a prever e melhorar seus indicadores regulatórios. Além disso, a startup presta consultoria para interpretar os números e aplicar melhorias.

“Somos pioneiros nesse tipo de solução", afirma Flávio. "Damos clareza para as operadoras sobre a qualidade dos dados e ajudamos a melhorar os resultados regulatórios de forma prática”.

Outro trunfo é estar no polo tecnológico de Florianópolis, que conecta a Blendus a outras empresas de inovação. “Esse ambiente faz a diferença. Trocamos experiências com quem está liderando a tecnologia no Brasil”, diz ele.

A empresa também investe pesado em formar equipes especializadas em saúde e tecnologia.

“Nosso negócio é técnico, mas focamos em explicar tudo de forma simples para os clientes. Isso nos faz crescer e fidelizar”, afirma o fundador.

E agora, o que vem por aí?

A Blendus quer abocanhar 30% do mercado de operadoras de saúde até 2026. Para isso, planeja lançar novos produtos nos próximos anos e continuar crescendo de forma sustentável.

“Nosso foco é expandir sem abrir mão da qualidade. Queremos ser referência em governança de dados no setor de saúde”, afirma Flávio.

O que é o ranking EXAME Negócios em Expansão

O ranking EXAME Negócios em Expansão é uma iniciativa da EXAME e do BTG Pactual (do mesmo grupo de controle da EXAME). O objetivo é encontrar as empresas emergentes brasileiras com as maiores taxas de crescimento de receita operacional líquida ao longo de 12 meses. Em 2024, a pesquisa avaliou as empresas brasileiras que mais conseguiram expandir receitas ao longo de 2023.

A análise considerou os negócios com faturamento anual entre 2 milhões e 600 milhões de reais. Após uma análise detalhada das demonstrações contábeis das empresas inscritas, a edição de 2024 do ranking foi lançada no dia 24 de julho. São 371 empresas de 23 estados brasileiros que criam produtos e soluções inovadoras, conquistam mercados e empregam milhares de brasileiros.

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