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O negócio dele cresceu 1.860% ao ajudar empresas a reduzir a conta com os impostos que estão por vir

Vitor Leal é sócio paulistana Axxen, empresa fundada em 2021 e que deverá faturar 8 milhões de reais em 2024 com consultoria tributária para clientes pagarem uma quantia justa de impostos — nem a mais, nem a menos

Vitor Leal, da Axxen: "Queremos trazer esse dinheiro de volta para a economia" (Divulgação/Divulgação)

Vitor Leal, da Axxen: "Queremos trazer esse dinheiro de volta para a economia" (Divulgação/Divulgação)

Leo Branco
Leo Branco

Editor de Negócios e Carreira

Publicado em 27 de abril de 2024 às 09h34.

Última atualização em 27 de abril de 2024 às 09h44.

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A reforma tributária aprovada em dezembro do ano passado, e cuja regulamentação foi enviada ao Congresso neste mês, deve abrir uma nova frente de negócios para o empreendedor fluminense Vitor Leal. "Novas leis costumam gerar confusão no início, e tudo isso abre mais possibilidades de crescimento", diz ele.

Leal é um dos sócios da Axxen, uma consultoria tributária aberta em 2021 em São Paulo com a proposta de ajudar outras lideranças empreendedoras brasileiras a pagar a quantia justa de impostos — nem a mais, nem a menos. "Queremos trazer esse dinheiro de volta para a economia", diz ele.

Da mesma forma de empresas como a catarinense AG Capital, a Axxen cresceu de maneira veloz nos últimos anos. Em 2022, a receita da Axxen saltou 1.860%, para 2 milhões de reais.

O desempenho rendeu à empresa a posição de terceiro lugar entre as empresas brasileiras com maior expansão de receitas naquele ano dentro da categoria de empresas consideradas Novatas pelo ranking EXAME Negócios em Expansão, o maior anuário do empreendedorismo do Brasil. Em 2023, foram consideradas Novatas as empresas abertas a partir de 2021.

Em 2023, a empresa faturou 4,5 milhões de reais. Neste ano, a expectativa é chegar a 8 milhões de reais. Em um ano e meio de atividade, a Axxen mapeou 300 milhões de reais em tributos passíveis de algum tipo de reembolso.

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O que faz a Axxen

O foco do negócio, que tem 45 representantes em 12 estados, são pequenas e médias empresas sem orçamento para uma análise contábil detalhada. A remuneração vem de comissões para cada real pago em impostos e recuperados pelo time, geralmente entre 20% a 30% da quantia recuperada de impostos já pagos.

O alvo principal da Axxen são empresas com receitas entre 30 milhões e 150 milhões de reais. "É o tipo de empresa com uma contabilidade interna bastante robusta, mas com desafios para fazer a gestão tributária com eficiência", diz Leal.

A maioria dos clientes está em setores com cadeias produtivas extensas e alvo de créditos tributários por causa de exportações, como o agronegócio. "Nosso time soma aos times financeiros e jurídicos dos clientes para encontrarmos pontos de melhoria", diz.

A Axxen cresce na esteira de um dos sistemas tributários mais complexos do mundo, que é o caso do brasileiro. Por aqui, não apenas os impostos consomem uma fatia significativa da receita das empresas, como também demandam um tempão para serem entendidos. Como se não bastasse tudo isso, um emaranhado de órgãos públicos têm jurisprudência sobre o tema. E costumam mudar entendimentos com uma velocidade impressionante.

O negócio de Leal é o de vasculhar as finanças dos clientes em busca de créditos tributários ou então de impostos pagos a mais pelas empresas em função do desconhecimento de algum tipo de alteração na legislação. Perto de 70% da demanda dos clientes da Axxen é para a recuperação de PIS e Cofins, tributos federais, junto à Receita Federal. O restante é de ICMS e outras tributações estaduais ou municipais.

Os técnicos da Axxen trabalham na via administrativa, ou seja, em contatos diretos com a Receita Federal ou as fazendas estaduais, em cima de entendimentos já pacificados nestes órgãos. Os casos que demandam a abertura de um processo judicial são minoria.

"É um grande mito dizer que um órgão público como a Receita Federal não gosta de devolver recursos aos contribuintes", diz ele. "Ela é uma grande aliada das empresas que seguem as normas."

Ao obter uma decisão favorável junto ao órgão público para devolução de impostos pagos a mais por um contribuinte, a quantia recuperada costuma virar um abatimento na conta de impostos futuros do cliente da Axxen.

Como a reforma tributária vai mudar o negócio

"O nosso trabalho gera um caixa adicional a empresas acostumadas a depender de linhas de financiamento bancário para o dia a dia das operações" diz Leal, formado em contabilidade e com experiência de 19 anos em consultoria tributária.

Antes de fundar a Axxen, ele era executivo da JR, uma empresa de contabilidade sediada em Três Rios, cidade na divisa entre Rio de Janeiro em Minas Gerais e a 125 quilômetros da capital fluminense.

Desde 2021 ele mora em São Paulo em função da escolha da cidade para a abertura da Axxen junto a outros três sócios, todos conterrâneos de Três Rios. O escritório da empresa fica na região da Faria Lima, coração financeiro da capital paulista. "A grande maioria dos nossos clientes circula pela região, portanto, acabou sendo uma vitrine para nosso negócio", diz.

A regulamentação da reforma trabalhista deve provocar uma guinada no modelo de negócios da Axxen. Nos próximos meses, a empresa pretende abrir frentes de atuação para ajudar clientes na adaptação de sistemas para os novos impostos ao estilo IVA (Imposto sobre Valor Agregado) previstos na reforma.

Nas contas de Leal, em média um software de gestão ao estilo ERP deverá ser modificado até seis vezes para inclusão dos novos impostos no controle financeiro das empresas brasileiras.

“As empresas deverão ajustar a maneira de precificar seus produtos e serviços”, diz ele. “Tudo isso vai abrir muita demanda nova para nós.”

A empresa é um Negócio em Expansão

O crescimento pelo qual a Axxen vem passando a transforma num negócio em expansão. A evolução, inclusive, foi certificada pela EXAME no ranking EXAME Negócios em Expansão, o maior anuário do empreendedorismo brasileiro.

Em 2023, a Axxen entrou no ranking na categoria Novatas. Ela ficou em terceiro lugar na categoria, com um crescimento de 1.860% em relação a 2021. Em 2022, faturou 2 milhões de reais. Em 2021, foram 106.000 reais.

Os resultados vieram a público num evento para mais de 400 convidados em São Paulo, em julho do ano passado.

As inscrições para a edição 2024 estão abertas. O ranking é uma forma de reconhecer os negócios e celebrar o empreendedorismo no país.

Com gestões eficientes, análise de oportunidade, novas estratégias e um bom jogo de cintura, os executivos no comando desses negócios conseguiram avançar no mercado.

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