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O futuro do grupo de Flávio Augusto e Carlos Wizard, com R$ 200 mi a mais

Com novo aporte, grupo Wiser Educação vislumbra desde aquisições até uma oferta inicial pública de ações, ou IPO

Wise Up: nova injeção de capital, combinada à geração de caixa do grupo, “dá flexibilidade para investir em tecnologia associada à educação” (Wise Up/Divulgação)

Wise Up: nova injeção de capital, combinada à geração de caixa do grupo, “dá flexibilidade para investir em tecnologia associada à educação” (Wise Up/Divulgação)

Mariana Fonseca

Mariana Fonseca

Publicado em 16 de abril de 2019 às 06h00.

Última atualização em 16 de abril de 2019 às 20h52.

O Grupo Wiser Educação, que tem os empresários Flávio Augusto da Silva e Carlos Wizard Martins como principais acionistas, usará uma nova injeção de capital de 200 milhões de reais para investir tanto no que lhe trouxe renome quanto em frentes mais tecnológicas.

O grupo das escolas de idiomas Wise Up e NumberOne recebeu o aporte do fundo de private equity Kinea Investimentos, que aporta de 80 a 300 milhões de reais em empresas de médio e grande porte em troca de participações minoritárias. Em sociedade com o Itaú Unibanco, o Kinea já havia investido 1,2 bilhão de reais em oito negócios -- incluindo a rede de idiomas Wizard, pertencente ao Grupo Multi, criado por Martins e vendido para o britânico Pearson Education em 2014.

Tanto o capital quanto a “propriedade financeira e intelectual” do Kinea Investimentos serão úteis para o futuro do Wiser Educação, que pode passar “de aquisições até um IPO” (oferta pública inicial de ações), de acordo com Silva.

Investimentos fora e dentro do radar

A rede de escolas de idiomas focada no público adulto Wise Up foi fundada por Flávio Augusto da Silva em 1995, que em 2013 vendeu as 396 unidades por um bilhão de reais para a hoje Somos Educação. Dois anos depois, recomprou as 250 unidades remanescentes por 390 milhões de reais, com foco em “recuperar a empresa”.

Carlos Wizard Martins entrou para o negócio em 2017, adquirindo 35% da Wise Up por 200 milhões de reais, após sua cláusula de não-competição com a venda do Grupo Multi expirar. No mesmo ano, eles adquiriram a rede mineira de escolas de idiomas NumberOne.

Flávio /Wise UpAugusto da Silva

Flávio Augusto da Silva, criador da Wise Up (Flávio Augusto da Silva/Wise Up/Divulgação)

A transação de 200 milhões de reais ainda pode estar sujeita à aprovação de órgãos reguladores, como o Cade (Conselho Administrativo de Defesa Econômica).

Se confirmada, a nova injeção de capital, combinada à geração de caixa do grupo, “dá flexibilidade para investir em tecnologia associada à educação”. Um exemplo dos aportes laterais do Wiser Educação é o site MeuSucesso.com, de aulas online sobre empreendedorismo, que ganhará um escritório nos Estados Unidos. “Esse é apenas um de nossos investimentos na área de edtechs [startups em educação]. Podemos adquirir operações e integrá-las aos nossos negócios”, afirma Silva.

Mesmo assim, boa parte do capital irá para a principal atividade do Wiser Educação: suas escolas de idiomas. A Wise Up possui 300 unidades e atende 95 mil alunos, enquanto a mineira NumberOne concentra 25 mil estudantes em suas 120 escolas. Nos últimos 18 meses, o grupo abriu 60 dessas unidades.

O investimento de 200 milhões de reais deve acelerar os planos, seja na abertura de novas escolas ou na aquisição de mais redes idiomas. O Wiser Educação projeta ir de 420 unidades a 1.000 até o final de 2021. Uma das principais ações para concretizar o plano é oferecer treinamento e crédito a futuros franqueados, totalizando 120 milhões de reais em financiamento facilitado.

Para Silva, a proliferação de diversas escolas de idiomas não é justificativa para desacelerar o ritmo de expansão. “Sempre atuamos em um mercado com concorrência. Eu e o Carlos [Wizard Martins] somos os mais relevantes e agora estamos juntos. Muitas redes se reduziram com os últimos anos de crise econômica, enquanto nosso grupo só cresceu. Isso já comprova o nosso potencial de crescimento.”

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