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O executivo que trocou a estabilidade por uma empresa pequena — e fez ela crescer 2.233%

O brasiliense Rodrigo Rezende buscava um negócio com potencial escalável; cinco anos depois, colhe os frutos dessa decisão

Rodrigo Rezende, CEO da Chaintech: empresa deve alcançar 300 colaboradores até o fim do ano

Rodrigo Rezende, CEO da Chaintech: empresa deve alcançar 300 colaboradores até o fim do ano

Laura Pancini
Laura Pancini

Repórter

Publicado em 13 de setembro de 2025 às 10h10.

Última atualização em 13 de setembro de 2025 às 12h10.

Quando o brasiliense Rodrigo Rezende recebeu o convite para ingressar na Chaintech, o cargo era promissor, mas o cenário ainda modesto: a empresa de tecnologia faturava R$ 15 milhões por ano, com atuação concentrada em Brasília e foco restrito a um único fabricante. Cinco anos depois, a meta é fechar 2025 com R$ 350 milhões em receita — uma alta de 2.233%.

A aposta, segundo ele, foi calculada. Ex-vice-presidente comercial da CTIS, uma das maiores integradoras de TI do país nos anos 2000, Rezende recusou convites para comandar grandes empresas já estruturadas. “Buscava uma empresa pequena o suficiente para ser moldada, mas com potencial para escalar”, afirma.

Ele encontrou esse perfil na Chaintech — uma empresa ainda pouco conhecida fora dos bastidores da TI, mas com fundações sólidas, um portfólio técnico em formação e abertura para crescer.

“Eu queria colocar minha experiência de gestão num projeto que tivesse a minha cara. A Chaintech era essa oportunidade”, diz. A empresa integra plataformas globais de automação e gestão, como ServiceNow e Red Hat, para digitalizar processos em grandes organizações.

Para sustentar essa trajetória, a empresa tem investido na ampliação de escritórios, estruturação da diretoria e formação de mão de obra qualificada. A previsão é chegar a 300 colaboradores até o fim do ano, num modelo que mistura contratação externa e capacitação interna.

“A transformação digital não é mais uma tendência, é uma necessidade. E nós nos posicionamos como parceiro de crescimento dos nossos clientes”, diz Rezende, que assumiu o comando da companhia em 2020.

Advogado por formação, Rodrigo construiu uma carreira de 16 anos na CTIS, onde chegou ao cargo de vice-presidente comercial. Após a venda da companhia ao Grupo Sonda, tentou o caminho da advocacia empresarial, mas voltou ao setor de TI ao aceitar um convite para ingressar na Chaintech.

Desde então, a Chaintech diversificou o portfólio, aumentou a base de clientes e ampliou as representações globais. O foco, segundo Rezende, é atuar com ferramentas de alto valor agregado, deixando de lado a lógica de commodity. "Nosso papel é transformar o negócio dos clientes com eficiência, tecnologia e profundidade técnica", diz.

Um dos principais investimentos foi a criação da Chain Academy, programa de formação intensiva em plataformas como ServiceNow, com R$ 1,5 milhão aplicados desde 2023. Cada turma recebe entre 15 e 20 profissionais, com formação técnica noturna de seis meses. Cerca de 60% dos formados são contratados pela própria empresa.

"Nosso principal valor é a valorização das pessoas. Quando temos uma vaga, a prioridade é sempre olhar para dentro", afirma o CEO. Além da formação interna, a empresa também está reforçando a liderança: em 2025, a estrutura de diretores passou de quatro para sete, com divisões regionais e foco em gestão por território e por fabricante.

O que vem por aí?

A Chaintech também está expandindo fisicamente. Em São Paulo, o escritório dobrou de tamanho; em Brasília, sede da companhia, a nova estrutura terá 800m² e foco na gestão das operações. "Queremos estar mais próximos dos clientes e reforçar nossa presença no Sudeste e Centro-Oeste", afirma.

Com clientes como TSE, Detran-SP, Banco da Amazônia, Prodesp e Detran-DF, a Chaintech tem forte presença no setor público. Agora, mira o setor privado, especialmente empresas de telecomunicações, energia, indústria e serviços financeiros.

O reconhecimento internacional veio com a ServiceNow: a Chaintech é hoje a única empresa brasileira com certificação Elite em duas frentes globais da plataforma americana. Isso significa ter times certificados, entregas auditadas e projetos reconhecidos pelo fabricante. "Não é uma vitrine, é uma garantia de qualidade", diz Rezende.

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