Negócios

O drama das aéreas: American Airlines corta voos para o Brasil

Entre redução da demanda e alta do dólar, ações de companhias nacionais como Gol e Azul caíram mais de 50% em 2020

Avião da American Airlines: voos suspensos para entre EUA e Brasil até maio (Riik@mctr/Creative Commons/Flickr)

Avião da American Airlines: voos suspensos para entre EUA e Brasil até maio (Riik@mctr/Creative Commons/Flickr)

DR

Da Redação

Publicado em 16 de março de 2020 às 06h05.

Última atualização em 16 de março de 2020 às 06h36.

São Paulo — Começa a valer nesta segunda-feira, 16, a suspensão dos voos para o Brasil da American Airlines, a maior companhia aérea americana. Anunciada no sábado, 14, após a Casa Branca adicionar o Reino Unido e a Irlanda à lista de países europeus com viajantes impedidos de entrar nos Estados Unidos, a decisão é o mais recente capítulo do drama que atinge as empresas aéreas durante a atual pandemia de coronavírus Covid-19.

No início do mês, a Associação Internacional de Transporte Aéreo (Iata, na sigla em inglês) estimou em 113 bilhões de dólares a redução da receita do setor em todo o mundo, neste ano, por causa do surto, que está fechando as fronteiras de diversas nações e fazendo com que quem não precise viajar adie seus planos. Diante do crescente risco financeiro, a Iata pediu que os governos apoiem as empresas aéreas.

Depois de resistir por alguns dias, o ministro da Economia Paulo Guedes deve divulgar hoje um pacote de estímulo para tentar evitar uma desaceleração brusca do Produto Interno Bruto, que já não vinha muito forte neste início de ano. Entre as medidas, deve estar uma linha de crédito de capital de giro do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social. O Ministério da Infraestrutura também sugeriu a redução dos impostos sobre o querosene de aviação, mas essa ideia está fora dos planos por ora.

Ao redor do mundo, as empresas aéreas têm sofrido bastante. A norueguesa Norwegian Air vai colocar metade dos seus 11.000 funcionários de licença. A britânica British Airways também se prepara para demitir trabalhadores.

Para as companhias que operam no Brasil, que dependem mais dos voos domésticos do que dos internacionais, os efeitos ainda não são tão graves. Mas as empresas têm visto a demanda por voos domésticos cair cerca de 30% e a internacional encolher 50%, de acordo com a Associação Brasileira das Empresas Aéreas (Abear), e vêm reduzindo as rotas.

A disparada de 20% do dólar comercial neste ano – na sexta-feira, a moeda era vendida a 4,8128 – turbina as perdas do setor, já que o combustível é cotado na moeda americana. Na bolsa B3, a Gol perdeu 65% do seu valor de mercado em 2020, que atualmente é de 3,9 bilhões de reais, e a Azul se desvalorizou em 58,6%, a 8,7 bilhões de reais. No mesmo período, o Ibovespa, principal índice acionário do país, caiu 30,5%.

A American Airlines prevê retomar a ligação de cidades como Nova York e Miami a São Paulo, Rio de Janeiro, Brasília e Manaus em 6 de maio, quando se espera que o pior da crise de saúde pública causada pelo coronavírus tenha passado e o céu esteja aberto de novo.

Acompanhe tudo sobre:American AirlinesAviaçãocompanhias-aereasCoronavírusExame Hoje

Mais de Negócios

Ele criou um tênis que se calça sozinho. E esta marca tem tudo para ser o novo fenômeno dos calçados

30 franquias baratas a partir de R$ 4.900 com desconto na Black Friday

Ela transformou um podcast sobre namoro em um negócio de R$ 650 milhões

Eles criaram um negócio milionário para médicos que odeiam a burocracia